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O relato foi feito ao repórter Marcos Marinho. Segundo o jornalista, Jorge revelou como se chega ao terreno. "O local fica próximo ao aeroporto. Antes de chegar ao local, passa um retorno, depois de três ruas, entra numa estrada de chão. É um lugar distante. Ela foi enterrada perto de um pé de coqueiro grande e único dentro do terreno. Mesmo se não tiver mais esse pé de coqueiro no local, eu sei onde ela (corpo de Eliza) está. O buraco onde ela foi enterrada foi feito por uma retroescavadeira para dificultar a localização do corpo", afirmou Jorge.
Jorge disse que ficou segurando o bebê enquanto Eliza era assassinada. Ele disse que não tinha como correr para pedir ajuda. " Eu estava em Belo Horizonte e não sabia que aquilo ia acontecer. Eu não conhecia aquele lugar. Como eu ia sair para pedir ajuda? Como eu ia sair do local correndo? Não pude fazer nada porque o Bola é um psicopata, mata fácil. Fiquei com medo de sair para pedir ajuda", afirmou. Questionado porque só revelou a história depois de quatro anos, ele respondeu. " Eu não sabia a pessoa certa para eu confiar para contar isso. Eu pensei muito. Me coloquei no lugar dela. De fazerem alguma coisa comigo. Isso não vai aliviar a pena do Bruno. Quero fazer a minha parte, mostrar onde ela está." Ele disse que não ganhou dinheiro para participar do sequestro de Eliza Samúdio. De acordo com Jorge, o outro primo de Bruno, Sérgio Rosa Sales, que participou da reconstituição do crime e foi assassinado em 2012, teria sido morto por causa da morte da ex-modelo. Ele culpa o Macarrão pela morte de Sérgio. "Ele falou demais", disse Jorge.
Desde o início do caso, Jorge mudou as versões, mentiu por orientações do advogado Elieser. " Eu falando a verdade, eles não iam me soltar. Eu inventava uma história atrás da outra. Foi muita pressão em cima de mim."
Prisão
Bruno foi preso em 2010 junto com o amigo, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, acusados de sequestrar e matar Eliza Samudio, ex-amante do então goleiro do Flamengo. No dia 8 de março do ano passado, o ex-jogador foi condenado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, além de sequestro e cárcere privado do filho da modelo, Bruninho. Com isso, o ex-jogador foi condenado a 22 anos e três meses de prisão.
De acordo com a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do Fórum de Contagem, em Minas Gerais, Bruno, a quem classificou de mandante do crime, demonstrou ser uma pessoa “fria, violenta e dissimulada”. O ex-goleiro não poderá recorrer em liberdade. Por causa do benefício da progressão de regime, a tendência é de que a partir de 2017 ele poderá entrar com recurso para o regime semi-aberto, pois já cumpre pena há quatro anos na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem.
Em julho deste ano, Graziella Cavalcante Vieira Lima, filha de José Arteiro Cavalcante, advogado que trabalhou como assistente de acusação no caso que julgou o goleiro Bruno por participação na morte de Eliza Samudio, foi encontrada morta. Com informações da Rádio Tupi. Informações iBahia