O MinistĂ©rio PĂșblico da Bahia (MP-BA) divulgou pela primeira vez dados sobre a autodeclaração racial de seus promotores e procuradores. Essas informaçÔes fazem parte do Censo Ătnico-Racial, publicado nesta terça-feira (12). Conforme o levantamento, o percentual de mulheres brancas entre os membros da instituição, 65,8%, Ă© superior ao de pessoas negras, que correspondem a 34%. Para a promotora de Justiça LĂvia Santana Vaz, o censo demonstra que as desigualdades raciais prevalecem sobre os preconceitos de gĂȘnero.
“Esses dados evidenciam que nĂŁo se pode falar em democracia e igualdade de oportunidades sem abordar a questĂŁo racial. As mulheres brancas sĂŁo 65,8% do MinistĂ©rio PĂșblico baiano, um nĂșmero muito superior ao de pessoas negras. No Brasil, a raça Ă© o principal fator determinante das desigualdades sociais,” comenta a promotora, responsĂĄvel pela apresentação dos dados, em entrevista ao jornal Correio. Os homens negros representam 18% dos membros, enquanto as mulheres negras somam 16%.
Ainda segundo LĂvia Vaz, em entrevista ao Correio, essa desigualdade se reflete no acesso a direitos bĂĄsicos e nas instĂąncias de poder. “Quando falamos de Ăndices de violĂȘncia, alfabetização e subemprego, as pessoas negras continuam no topo das estatĂsticas de falta de acesso a direitos bĂĄsicos. Isso impacta a representatividade negra nas instituiçÔes e nos espaços de decisĂŁo”, afirma. O censo tambĂ©m mostrou que 52% dos procuradores baianos se autodeclaram negros.
O Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂstica (IBGE) considera
negras as pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas. No MP-BA, a
representatividade de pessoas pretas (5,8%) Ă© menor do que a de pardos
(28,2%). Em 2014, o MP-BA foi pioneiro ao reservar 30% das vagas de
concursos pĂșblicos para candidatos negros. *Bahia.ba
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