Uma professora da rede municipal de Camaçari foi apedrejada por alunos após ministrar uma aula de cultura afro-brasileira na Escola Rural Boa União, em Abrantes. O fato ocorreu no dia 29 de outubro, mas só foi registrado na Polícia Civil na última terça-feira (19). A educadora Sueli Santana, de 51 anos, relatou que uma das pedras a atingiu no pescoço, o que a deixou afastada de suas atividades por três dias.
Sueli afirmou que sofria constantes agressões verbais devido à sua religião de matriz africana. “Sempre fui chamada de bruxa, macumbeira, feiticeira e diabólica todos os dias quando chegava na escola. No dia 29 de outubro, eu estava corrigindo atividades no primeiro horário de aula quando três alunos desferiram as pedras”, relatou à TV Bahia. Além da agressão física, a Polícia Civil confirmou que os estudantes dispararam ofensas discriminatórias contra a crença da professora.
Nota da Secretaria de Educação
A Secretaria Municipal de Educação (Seduc) de Camaçari informou, em
nota, que tomou conhecimento do caso na quinta-feira (21) e prestou
acolhimento à professora, aos estudantes e às famílias envolvidas. “A
Seduc reitera seu compromisso com a valorização da diversidade e do
respeito às diferenças, sejam elas relacionadas a crenças, gênero ou
cor, repudiando qualquer forma de discriminação”, declarou o órgão. A
secretaria afirmou ainda que está apurando os fatos para esclarecer o
ocorrido. *FG
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