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Os indiciamentos são resultados de dois inquéritos, abertos após a conclusão da investigação principal, em março de 2013, que apurou crimes contra a vida. Um dos inquéritos investigou irregularidades na prefeitura para a liberação dos alvarás para a Kiss e o outro fraudes cometidas pelos antigos proprietários da boate para a obtenção de licenças municipais. No total, foram 22 indiciamentos.
Algumas pessoas podem responder por mais de um crime. Onze pessoas foram indiciadas por falsidade ideológica, uma por prevaricação, uma por fraude processual, três por falso testemunho e seis por crime ambiental, sendo três deles funcionários públicos: o ex-secretário e o secretário-adjunto do Meio Ambiente e um ex-servidor da pasta. Também há indiciamentos por improbidade administrativa, mas os nomes só serão revelados se o Ministério Público (MP) aceitar a denúncia.
Entre os indiciados por falsidade ideológica, estão Elissandro Spohr, o Kiko, e Mauro Hoffmann, sócios da boate na época do incêndio e que já respondem em liberdade pelos crimes de homicídio doloso e tentativa de homicídio, junto com outros dois réus, integrantes da banda Gurizada Fandangueira.
Também foram indiciados por falsidade três antigos sócios da boate, além do pai, a mãe e outra familiar de um deles.O indiciado por prevaricação é o ex-secretário de Meio Ambiente de Santa Maria. Segundo a investigação policial, ele teria informado ao Ministério Público que a licença de operação da Kiss estava vencida, mas, apesar de ter conhecimento da situação, não tomou nenhuma providência e se omitiu do cumprimento de seu dever. Já entre os três indiciados por crimes ambientais estão dois ex-sócios da boate e uma arquiteta.
A polícia diz que eles elaboraram e falsificaram um laudo enganoso para obter um licenciamento, necessário para a abertura da boate. O ex-secretário, o secretário-adjunto do Meio Ambiente e um ex-servidor da pasta, que teria viabilizado a concessão de licença de operação da Kiss mesmo já não tendo atribuição legal para isso. Por fim, os indiciamentos por falso testemunho atingem o contador das empresas da família Spohr, um familiar dele e outra pessoa.
Todos teriam se omitido de responder perguntas durante a investigação e faltado com a verdade. Uma fiscal da prefeitura também foi indiciada por fraude processual, por ter elaborado documentos que induziram a polícia ao erro. Fonte: Voz da Bahia