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Máscara volta a ser obrigatória em Feira de Santana

 

A Prefeitura de Feira de Santana informou, no início da noite desta quinta-feira (11), que publicará um novo decreto à meia-noite para obrigar a população a usar novamente a máscara de proteção em ambientes fechados e no transporte público. Desta vez, a Secretaria de Saúde da cidade afirma que o item voltará a ser usado para evitar a transmissão da varíola dos macacos, também conhecida como Monkeypox.

O uso de máscaras contra a covid-19 deixou de ser obrigatório em Feira de Santana em abril deste ano devido a redução dos casos da doença em todo o Brasil. O decreto anunciado hoje, que será publicado no Diário Oficial Eletrônico, pretende, com o uso da máscara, reduzir os riscos de transmissão da varíola dos macacos. Ainda conforme a publicação da prefeitura, é recomendada higienização dos ambientes, disponibilidade de álcool gel e distanciamento social.

A Prefeitura de Feira confirmou o primeiro caso da varíola dos macacos na quarta-feira (10). Agora, três pessoas com suspeita de contaminação aguardam o resultado do exame. O paciente infectado é um homem, de 29 anos, residente do município. Ele apresentou os sintomas há 21 dias e fez o exame para confirmar o diagnóstico. Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde de Feira, o paciente tem histórico de viagens no próprio Brasil e a Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde já está fazendo o monitoramento dos contatos.

O prefeito Colbert Martins explicou que Feira de Santana enfrenta duas epidemias, uma da covid-19 e outra da varíola dos macacos, e que o número de casos das duas doenças está aumentando, por isso é necessário que o governo municipal adote medidas preventivas. “Nós não podemos esperar para tomar medidas posteriores. Ainda não temos medicamentos e nem vacina contra a varíola e o cruzamento dos dois vírus, que é possível que ocorra, pode levar a sintomas fatais em quem possa se contaminar com as duas doenças”, destacou.

O prefeito de Feira afirmou ainda que a cidade possui mais de 200 mil pessoas que não tomaram a terceira dose da vacina contra a covid-19 e que o município precisa, ainda, se preocupar com a varíola dos macacos. “Nós devemos procurar formas de evitar a transmissão. Eu entendo que utilizar máscara em ambientes fechados e no transporte público, onde a transmissão é muito mais alta, é uma precaução natural, normal e indispensável”, pontuou Colbert Martins.

Entre os principais sintomas da varíola dos macacos estão a febre, forte e intensa, náuseas, exaustão, cansaço e o aparecimento de gânglios, que podem acontecer tanto na região do pescoço, na região axilar, como na região perigenital, além de feridas ou lesões no corpo. A transmissão da doença acontece através do contato direto pele a pele, ou compartilhando objetos pessoais de pacientes que possam estar infectados.

O médico infectologista Adriano Oliveira acredita que o retorno do uso das máscaras para evitar a transmissão da varíola dos macacos é uma atitude precipitada, visto que a principal forma de transmissão do vírus não é pela via aérea. “Provavelmente a transmissão do vírus por via aérea é irrisória em comparação com o volume de pessoas que se contaminam por contato físico. Não faz sentido nenhum, na minha opinião, que você obrigue as pessoas a usarem máscara por causa disso”, disse o especialista.

Segundo o médico, a medida mais efetiva contra a varíola dos macacos é informar a população sobre os sintomas da doença e passar a orientação sobre se manter isolado assim que aparecerem os sintomas. “Dificilmente vai acontecer a transmissão pelo ar. A doença é transmitida em contato próximo, principalmente contato íntimo, por isso está associado à relação sexual, sem necessariamente ser uma doença sexualmente transmissível”, acrescentou.

A advogada Thais Andrade, de 27 anos, moradora do município de Feira de Santana, acredita que ainda seja desnecessário a obrigação do uso das máscaras, considerando que a cidade possui somente um caso confirmado da Monkeypox e que a gestão pública tem instrumentos capazes de acompanhar o possível avanço da doença.

“Não há necessidade de imposição do uso de máscaras novamente. Acredito que se os casos aumentarem, aí sim o uso em ambientes fechados pode ser necessário, mas enquanto a situação estiver normalizada, acho desnecessário. Tenho medo do vírus, mas não acho que ele vá gerar uma nova pandemia, considerando o preparo das autoridades sanitárias para conter esse avanço”, pontuou a advogada.

Juazeiro confirma primeiro caso de varíola dos macacos na cidade

O primeiro caso de varíola dos macacos foi confirmado nesta quinta-feira (11) em Juazeiro, na Bahia. A Secretaria de Saúde (Sesau) informou que o caso foi notificado no dia 4, mas o resultado do exame só ficou pronto hoje. O paciente é um homem de 32 anos, que apresenta sintomas leves e faz isolamento domiciliar. Ele tinha histórico de viagens para Minas Gerais e Maranhão.

A Vigilância Epidemiológica orientou pessoas que tiveram contato com o paciente em relação às medidas de proteção. Um segundo caso notificado como suspeito ainda aguarda a conclusão dos exames, segundo informou a Sesau.

Transmissão acontece entre humanos

A transmissão da varíola dos macacos, apesar do nome, atualmente acontece de humano para humano, principalmente pelo contato pessoal e direto com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas contaminadas ou objetos infectados.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) lamentou que macacos estejam sendo mortos e atacados por conta da ignorância das pessoas e reforçou que os surtos atuais acontecem pela transmissão entre humanos. “As pessoas têm que saber que a transmissão que estamos vendo agora acontece entre humanos”, destacou a porta-voz da OMS, Margaret Harris, em coletiva de imprensa em Genebra. *Correio

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