A cidade de Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, registrou nos três primeiros meses deste ano mais da metade da quantidade de denúncias de abuso sexual, agressão física e maus-tratos contra crianças e adolescentes contabilizadas em todo o ano de 2020.
De acordo com dados divulgados na noite de terça-feira (18), pela prefeitura de Lauro de Freitas, foram 26 casos em todo ano passado, enquanto de janeiro a março de 2021 já são 17 casos.
Ou seja, nos três primeiros meses de 2021, as notificações entre janeiro e março deste ano equivalem a 65% de todos os registro de 2020.
Em uma live, a prefeita Moema Gramacho também falou sobre o aumento de casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes durante a pandemia, e destacou o trabalho dos núcleos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), que funcionam nos CRAS de Areia Branca, nos dois da Itinga, Vila Praiana, Portão e Caji. Segundo a prefeita, são 377 crianças e adolescentes atendidas pelas equipes.
Para o titular da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania (SEMDESC), Tito Coelho, a quantidade de registros pode ser ainda maior já que, segundo ele, há a possibilidade de subnotificações.
“Antes da pandemia, as escolas percebiam que algo não ia bem com a criança e já acionavam o Conselho Tutelar. Depois da pandemia, com escolas e creches fechadas, as denúncias passaram a ser feitas por vizinhos ou pessoas da família”, afirmou.
Através do disque 100, os casos de violência sexual contra menores podem ser denunciados. Além disso, denúncias podem ser feitas também na sede do Conselho Tutelar, localizado na Avenida Amarílio Thiago dos Santos ou através do telefone 3379-6948. Outro meio também é ir à delegacia e registrar um boletim de ocorrência.
A psicóloga Regina Alonsio, que atua no Centro de Referência Especializado em Assistência Social, destaca a importância de manter a atenção em alterações de comportamento das crianças e adolescentes. “Os pais devem perceber se há excesso de reclusão ou repulsa a determinadas pessoas”, alertou.
A especialista ainda destacou que a internet também pode ser utilizada para prática de abusos. “Nós temos uma falsa sensação de segurança porque vemos o menor ali sentado em seu quarto, mas se não estivermos atentos, ele pode estar sendo coagido e chantageado por adultos na rede”, falou. *G1
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