“Em meados de março já estávamos observando muitos casos de SRAG ainda sem análise laboratorial para indicar qual o vírus associado. Dado a um conjunto de evidências tudo leva a crer que boa parte deles já deveriam ser em função do novo coronavírus. É bom lembrar que nesse período ainda não se estavam testando todos os casos hospitalizados de doenças respiratórias”, destaca Marcelo Gomes, pesquisador em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), coordenador do Info Gripe, site que reúne dados sobre os casos de SRAG.
“O problema da subnotificação é que a gente acaba não tendo a real dimensão do número de casos. As medidas de prevenção podem ser afrouxadas no momento errado, fazendo com que haja um pico de transmissão”, explica a médica infectologista, Heloísa Ravagnani, presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal.
Por outro lado, de acordo com ela, a falta de testes é uma realidade que já está sendo contornada no Brasil. “No começo da epidemia teve uma falta de testes, então foram priorizados os casos mais graves. Agora já estão chegando os testes sorologicos para diagnosticar aqueles pacientes que já tiveram contato com o vírus e não puderam fazer o diagnóstico na época”, destaca.
No último domingo (3/5), o ministro da saúde, Nelson Teich anunciou a compra de 20 a 21 milhões de testes para Covid-19. “O projeto de testes vai começar na semana que vem. É um programa de testagem que você vai priorizar alguns grupos de maior risco, como o pessoal da saúde e da segurança. Pra se ter uma metodologia, vamos trazer isso do IBGE, que vai definir que vamos testar”, explicou o ministro. Segundo ele, esses testes começarão a ser aplicados na semana que vem.
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