Levantamento divulgado nesta terça (23) pela Confederação Nacional dos MunicĂpios (CNM) aponta que o Brasil perdeu, nos Ășltimos dez anos, mais de 41 mil leitos hospitalares no Ăąmbito do Sistema Ănico de SaĂșde (SUS). Em 2008, o total de leitos na rede pĂșblica era de 344.573. Em 2018, o total chegava a 303.185.
JĂĄ os leitos classificados como nĂŁo SUS aumentaram de 116.083 em 2008 para 134.380 este ano. De forma geral, portanto, o sistema de saĂșde brasileiro passou de 460.656 leitos em 2008 para 437.565 em 2018, totalizando 23.091 leitos a menos – o equivalente a seis leitos fechados por dia durante um perĂodo de dez anos.
“O estudo mostra comportamentos diferentes se compararmos quantitativos de leitos SUS e nĂŁo SUS. Enquanto o primeiro teve mais fechamentos que habilitaçÔes, o segundo grupo mostrou um aumento de aproximadamente 18.300 unidades. Isso significa que os leitos pĂșblicos diminuĂram mais drasticamente”, destacou a CNM que usou a base de dados do prĂłprio MinistĂ©rio da SaĂșde para lançar o estudo.
Ainda de acordo com a pesquisa, em 2008, o Brasil contava com 2,4 leitos (SUS e nĂŁo SUS) para cada mil habitantes, caindo para o Ăndice de 2,1 leitos na mesma proporção de pessoas em 2018.
“Considerando a quantidade de leitos hospitalares segundo especialidade, identifica-se que os leitos denominados ‘outras especialidades, pediĂĄtricos e obstĂ©tricos’ apresentaram uma redução considerĂĄvel”, apontou o levantamento.
A reportagem entrou em contato com o MinistĂ©rio da SaĂșde para saber o motivo do fechamento dos leitos e aguarda retorno do ĂłrgĂŁo.
RegiÔes
Os nĂșmeros mostram que, atualmente, nenhuma das regiĂ”es do paĂs atinge o Ăndice recomendado pelo prĂłprio MinistĂ©rio da SaĂșde – entre 2,5 e 3 leitos para cada mil habitantes. As regiĂ”es Sul e Centro-Oeste sĂŁo as que mais se aproximam, com 2,4 e 2,3 respectivamente. A pior situação Ă© no Norte, com 1,7. JĂĄ Nordeste e Sudeste tĂȘm, ambos, 2 leitos para cada mil habitantes.
Estados
Ao analisar o quantitativo de leitos por unidade federativa nos anos de 2008 e 2018, o estudo constata que 25 estados apresentaram queda nos Ăndices de leitos por mil habitantes. Somente RondĂŽnia e Roraima conseguiram obter um pequeno avanço na disponibilidade de leitos hospitalares.
“Vale ressaltar que, em 14 estados, identifica-se a abertura de leitos. No entanto, esta ação nĂŁo satisfaz ao aumento populacional ocorrido para a ĂĄrea no perĂodo. Isto Ă©, mesmo com a abertura de leitos hospitalares, houve queda no Ăndice de leitos por mil habitantes em razĂŁo do aumento populacional expressivo”, informou o estudo.
Alagoas, por exemplo, tinha 6.146 leitos em 2008 para atender 3.127.557 pessoas. Dez anos depois, o estado passou a contar com 6.424 leitos, um crescimento de 4%. A população alagoana, entretanto, cresceu 8% e passou a contabilizar 3.375.823 pessoas. Nesse caso, o aumento populacional superou a abertura de novos leitos no estado e, consequentemente, diminuiu o Ăndice de leitos por mil habitantes.
Por Redação GN | Fonte: ABr
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