O especialista em Segurança Pública, Guaracy Mingardi, comentou a crise penitenciária vivida atualmente no país. Em entrevista, na tarde desta quarta-feira (25), Mingardi ressaltou que o Brasil tem um sistema prisional que não corresponde à necessidade real do país.
"Vira um depósito de preso, não tem como ressocializar, além disso, o modelo brasileiro sempre foi de deixar o preso a vontade lá dentro, o Brasil cerca, o estado tenta manter lá dentro, mas não dita as regras do cotidiano, isso é gerido pelos presos na maioria dos casos, isso de certo ponto é econômico e é o que tem sido levado há muitos anos. Agora, desde que tem aparecido organizações criminosas, a maior delas o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando vermelho (CV) no fim dos anos 70, na verdade, o cotidiano do preso é regrado pelos líderes, pelos chefes dessas operações, o poder desses grupos depende da cadeia", analisou.
"Eles disputam o poder na cadeia, o tráfico fora, não só as bocas de fumo,mas as cotas de tráfico. Nos dois últimos anos, esses grupos vêm se estranhando por causa das cotas, mas tem outras coisas, o PCC expandiu demais, está em 22 estados. Vai nacionalizando a disputa nas cadeias, isso explodiu recentemente, Amazonas, Roraima, não vai parar por aí, lá pra frente vai continuar", completou.
Ainda de acordo com o especialista, o preso pode sobreviver sem entrar nas organizações criminosas. Mingardi diz que a maioria dos presos não é membro. "Não foi batizado, não paga mensalidade, porém você não pode ser contrário ao grupo que comanda a cadeia. Você tem que ser no minimo simpatizante, se você está numa cadeia dominada por um grupo desse", analisou.
Por Redação GN | Fonte: Metro1
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