O Festival de Documentários de Cachoeira (CachoeiraDoc) chega a sua sétima edição e traz uma programação de filmes inéditos para a Bahia. O evento acontece entre os dias 6 e 11 de setembro, em Cachoeira, no Cine Theatro Cachoeirano e no Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (CAHL/UFRB). Com destaque no cenário nacional, o festival é o maior sobre o gênero documentário do Norte e Nordeste. Neste ano, serão exibidos 60 filmes, sendo a maioria inédita no estado. Os curtas, médias e longas-metragens integram as: Mostra Competitiva, Mostra Com Mulheres e Mostra Contemporânea. A programação do VII CachoeiraDoc é aberta ao público.
Um dos destaques do festival é a Mostra Com Mulheres, de autoria coletiva, que vai exibir mais de 20 filmes dirigidos e protagonizados por mulheres. De acordo com a idealizadora e uma das coordenadoras do CachoeiraDoc, Amaranta Cesar, a diversidade de filmes que compõem a mostra, a maioria curtas e médias-metragens, dá a medida da qualidade e intensidade da presença das mulheres no cinema. Para ela, compor uma coleção em conjunto é também a ocasião para expandir a ideia de autoria. “Todo esse programa foi pensado a partir da constatação cada vez mais premente de que estarmos juntas é hoje, mais do que sempre, uma questão urgente”, afirma.
Já a programação da Mostra Competitiva conta com 16 curtas e 11 médias e longas-metragens. Entre os documentários estão os baianos “Voz das Mulheres Indígenas”, de Glicéria Tupinambá e Cristiane Pankararu, “A Noite Escura da Alma”, de Henrique Dantas, “Jonas e o Circo sem Lona”, de Paula Gomes. Outros documentários premiados compõem a mostra, como “Há Terra!”, de Ana Vaz, “Quem matou Eloá?”, de Lívia Perez, “O Sepulcro do Gato Preto”, de Kaneda Asfixia e Frederico Moreira, “Retrato de Carmem D.”, de Isabel Joffily, e “Sem Título # 2: La Mer Larme”, de Carlos Adriano.
A Mostra Contemporânea, em parceria com o Cineclube Mario Gusmão, vai exibir documentários atuais que abordam, entre outros temas, questões de gênero e a disputa por espaços sociais e urbanos. A mostra acontece nos dias 6, 7, 8 e 10 de setembro no Cine Theatro Cachoeirano e em comunidades e escolas de Cachoeira e São Felix.
Foram convidadas para a curadoria coletiva as realizadoras brasileiras Ana Carvalho, Carla Maia, Janaína de Oliveira, Lis Kogan, Marcela Borela, Maria Cardozo, Mariana Porto, Marisa Merlo e Yasmin Thayná. Entre os filmes que compõem a mostra estão clássicos das cineastas Chantal Akerman (“L'enfant aimé ou je joue à être une femme mariée”), Trinh T. Minh-há (“Reassemblage”) e Helena Solberg (“A entrevista”), e de realizadoras contemporâneas, como a brasileira Louise Botkay, que tem oito documentários na mostra, e Yasmin Thayná, com “Kbela” (Rio de Janeiro, 2015, 23 min.).
Oficina e encontros gratuitos
O VII CachoeiraDoc vai realizar também a “Vivência em curadoria da perspectiva das mulheres”, no dia 6 de setembro, que complementa a Mostra Com Mulheres. O encontro vai refletir sobre a atuação das mulheres no cinema brasileiro contemporâneo, com especial atenção à curadoria e programação, e tem a parceria da Secretaria de Política para Mulheres do Governo do Estado da Bahia.
Já a “Oficina Filmes&Luta – Limites do filme e da vida memo”, ministrada pelo cineasta Lincoln Péricles e o rapper Tomé das Ruas, acontece entre 7 e 9 de setembro. A oficina vai abordar as experiências de luta social e da construção de personagens moradores da periferia no cinema. Participam do encontro jovens de São Paulo que ocuparam espaços como escolas e fábricas de cultura, com exemplos de filmes inéditos feitos dentro do contexto de ocupações.
No dia 10 acontece o “Encontro de Coletivos Audiovisuais: política, estética e economia”, com Carolina Canguçu, Luana Gonçalves, Gercino Batista e Lindomar dos Santos (Irmandade dos Atores da Pândega e Associação Quilombola Mato do Tição), Thiago Mendonça (Coletivo Zagaia), Lincoln Péricles (Coletivo Terra de Nós), Marcus Curvello (Coletivo CUAL) e com a mediação de Camila Camila (Coletivo Gaiolas).
O festival
O festival busca fomentar a difusão e a produção de documentários, assim como a discussão sobre o gênero, por meio de oficinas, debates, ciclo de conferências e exibição de filmes. Nas seis edições anteriores, cerca de 13 mil pessoas assistiram a mais de 220 documentários, muitos deles inéditos na Bahia e Brasil.
O CachoeiraDoc é uma realização da Ritos Produções e do Grupo de Estudos e Práticas do Documentário, do Curso de Cinema e Audiovisual da UFRB, e conta com o apoio financeiro do Fundo de Cultura da Secretaria de Cultura da Bahia desde a sua primeira edição, em 2010. Mais informações podem ser obtidas no site www.cachoeiradoc.com.br.
LISTA DOS FILMES/FRAMES
Kbela (Rio de Janeiro, 2015, 23 min.) - De Yasmin Thayná
Voz das Mulheres Indígenas (Bahia, 2015, 17 min.) - De Glicéria Tupinambá e Cristiane Pankararu
Grin (São Paulo, 2016, 41 min.) - De Roney Freitas e Isael Maxakali
Orestes (São Paulo, 2015, 93 min.) - De Rodrigo Siqueira
Procura-se Irenice (São Paulo, 2016, 25 min.) - De Marco Escrivão e Thiago B. Mendonça
Boi na linha (Bahia, 2016, 17 min.) - De Arthur Dias
Para onde foram as andorinhas (São Paulo, 2015, 21 min.) - De Mari Corrêa
Aracati (Rio de Janeiro / Ceará, 2015, 62 min.) - De Aline Portugal e Julia De Simone
#Sem título 2 La mer larme (São Paulo, 2015, 31 min.) - De Carlos Adriano
Retrato de Carmem D. (Rio de Janeiro, 2015, 21 min.) - De Isabel Joffily
Vertières I, II e III (Haiti, 2014, 10 min.) - De Louise Botkay
Jonas e o Circo sem Lona (Bahia, 2015, 81 min.) - De Paula Gomes
Fort Acquario (Ceará, 2016, 7 min.) - De Pedro Diogenes
A Noite Escura da Alma (Bahia, 2015, 85 min.) - De Henrique Dantas
Orestes (São Paulo, 2015, 93 min.) - De Rodrigo Siqueira
Rio de Mulheres (Brasil, 2010, 21 min.) - De Cristina Maure e Joana Oliveira
Por Redação GN | Fonte: Assessoria de Comunicação - Secretaria de Cultura do Estado da Bahia – SecultBA
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