“Entreguei R$ 4 milhões”, diz Baiano ao confirmar propina para Cunha

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“Entreguei R$ 4 milhões”, diz Baiano ao confirmar propina para Cunha


O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, confirmou nesta terça-feira (26), durante depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, que repassou pagamentos de propina em espécie ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Baiano, que é um dos delatores da Operação Lava Jato, ressaltou, porém, não ter conhecimento de que o peemedebista tenha contas bancárias no exterior.

Uma das principais testemunhas do caso de Cunha, o lobista disse, em depoimento de delação premiada a investigadores da Operação Lava Jato, que entregou no escritório de Cunha R$ 1 milhão a R$ 1,5 milhão em dinheiro oriundo do esquema de corrupção na Petrobras. “Eu, pessoalmente, entreguei R$ 4 milhões”, disse Fernando Baiano aos integrantes do Conselho de Ética, reforçando que as entregas de suborno sempre foram feitas em dinheiro vivo.

Responsável pela defesa de Cunha, o advogado Marcelo Nobre protestou e disse que as suspeitas de recebimento de propina não faziam parte do processo no colegiado. “Não estamos tratando de recebimento de vantagem indevida”, disse o advogado. Sobre a acusação de que o presidente da Câmara manteria contas secretas no exterior, Baiano contou aos deputados que só soube da suposta existência delas pela imprensa. “O conhecimento desses fatos é através da imprensa. Não conheço, nunca tive acesso, nunca fiz depósito para o deputado no exterior e, portanto, não posso tratar desse assunto.”

Por uma decisão de Waldir Maranhão, vice-presidente da Câmara, o foco da apuração no colegiado ficou limitado à suspeita de que Cunha teria contas bancárias secretas fora do país. A decisão foi baseada no relatório preliminar do deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que estabeleceu a continuidade do processo. Inicialmente, o relator determinava no seu parecer que Cunha deveria ser investigado por duas suspeitas: a de que omitiu a existência de contas no exterior e a de que teria recebido vantagem indevida.

Na hora da votação, no entanto, para que conseguisse votos suficientes para aprovar o parecer, Marcos Rogério concordou em retirar a acusação sobre a suspeita de recebimento de propina. No lugar, ele colocou uma observação de que a investigação poderia ser ampliada caso surgisse algum outro fato.

Por Redação GN | Fonte: Metro1

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