CBF: Jovens do futuro

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CBF: Jovens do futuro


Dunga não deu grandes pistas sobre quem pretende levar para os jogos em Miami e Nova Jersey, embora há duas semanas tenha revelado que já fizera um “esboço” da convocação. Sua disposição, porém, é de chamar vários atletas que estiveram na Copa e alguns novatos - não necessariamente jogadores muito jovens, mas sim que andavam longe da seleção, como Paulo Henrique Ganso e até Alexandre Pato. Ele já elogiou também o goleiro Rafael, ex-Santos, que está no Napoli.

No entanto, mais do que nomes, vale prestar atenção à mentalidade que Dunga pretende implantar na seleção. Muita coisa ele vai resgatar de sua primeira passagem, ocorrida entre 2006 e 2010. “Meus princípios são a ética, comprometimento, lealdade transparência e trabalho”, já avisou.

Nesta nova “era Dunga”, os jogadores deverão ter pouco espaço para, quando a serviço da seleção, agirem como celebridades. Ele entende que aparições exageradas na mídia, em atividade que não estão diretamente ligadas ao futebol, é contraproducente. “É preciso comprometimento, foco”.

Isso vale para todos, inclusive para o craque do time: Neymar. Para o treinador, o talento tem de caminhar junto com o jogo coletivo. “Todo mundo gosta de jogador talentoso. Mas tem de aliar esse talento a organização, comprometimento, trabalho e equilíbrio emocional”. Não precisa ser mais claro.

Nesta tentativa de reestruturação, a CBF deu a Gilmar Rinaldi a função de coordenador de seleções. O que significa que trabalhará também com a base, fator que criou polêmica por seu passado recente como empresário. Gilmar e Dunga, porém, têm a mesma filosofia. “Vamos priorizar o coletivo e não o individual”, disse o coordenador.

Uma das primeiras decisões do novo comando, esta visando a Olimpíada de 2016, foi colocar a seleção sub-21 (formada por jogadores com idade olímpica) ao mesmo tempo que a seleção principal. Isso ocorrerá já em setembro, o que impossibilitará Dunga de contar nas partidas nos Estados Unidos com alguns jovens que gostaria de observar de perto desde já.

A nova comissão, no entanto, considera que vale a pena a mescla. A intenção é olhar para os Jogos do Rio, mas também preparar os jovens para servir no futuro à seleção principal e ajudá-la a recuperar o prestígio perdido na Copa do Mundo.

As opções de Dunga

Rafael (Goleiro, 24 anos, Napoli-ITA)
Reserva de Reina no Napoli na temporada passada, tem a chance de se firmar na equipe italiana com a saída do espanhol para o Bayern de Munique. Foi elogiado por Taffarel, novo preparador de goleiros da seleção. Deixou ótima impressão na conquista do Santos na Libertadores de 2011.

Gabriel Ferreira (Goleiro, 21 anos, Milan-ITA)
Foi de Gabriel a missão de substituir Rafael na disputa dos Jogos Olímpicos de Londres. Não comprometeu, mas saiu chamuscado após a derrota na final para o México. Sua credencial foi exibida no Mundial sub-20 em 2011, quando foi um dos grandes heróis da conquista, ao lado de Oscar.

Neto (Goleiro, 24 anos, Fiorentina-ITA)
Neto terminou a temporada como titular da Fiorentina. Pela seleção, disputou os Jogos Olímpicos de 2008 na reserva de Gabriel. Chegou a ser convocado por Felipão, mas foi relegado na reta final da Copa.

Marquinhos (Zagueiro, 20 anos, PSG-FRA)
Apesar da pouca idade, Marquinhos já é um dos zagueiros mais badalados do futebol europeu. Na temporada retrasada, ainda na Roma, era cotado no Barça, mas acabou indo para o PSG.

Dória (Zagueiro, 19 anos, Botafogo)
É nome cativo nas seleções de base do Brasil. Esteve na pífia campanha do Sul-Americano sub-20 de 2013, mas, ao lado de Marquinhos, faturou o Torneio de Toulon neste ano.

Juan Jesus (Zagueiro, 23 anos, Inter de Milão-ITA)
Titular na campanha de prata da seleção nos Jogos de Londres, Juan nunca mais voltou a vestir a Amarelinha. Ainda em 2012, se mudou para a Inter de Milão e, por lá, ganhou respeito.

Bressan (Zagueiro, 21 anos, Grêmio)
Cotado por clubes italianos, Bressan tem a velocidade e antecipação das jogadas como pontos fortes. É jogador a ser observado para as Olimpíadas do Rio, em 2016.

Danilo (Lateral direito, 23 anos, Porto-POR)
Em 2011, com apenas 20 anos, era o melhor lateral direito em atividade no Brasil. No Porto, também jogou como volante e ala. Como Daniel Alves e Maicon chegarão a 2018 com 35 anos, é Danilo quem assume a dianteira

Wallace (Lateral direito, 20 anos, Inter de Milão-ITA)
Com apenas 18 anos, deixou o Fluminense para defender o Chelsea, que o repassou em 2013 para a Inter de Milão. Habilidoso, chega com facilidade à linha de fundo, mas ainda peca nos cruzamentos.

Wendell (Lateral esquerdo, 20 anos, Bayer Leverkusen-ALE)
Graças ao ótimo primeiro semestre pelo Grêmio, acabou contratado pelo Bayer Leverkusen. Tem estilo semelhante ao de Marcelo, mas mostra mais segurança na defesa.

Alex Sandro (Lateral direito, 23 anos, Porto-POR)
Seguiu os passos de Danilo. Começaram no Santos, foram campeões da Libertadores pelo clube, em 2011, seguiram para o Porto e faturaram a medalha de prata pela seleção em Londres-2012. Como a maioria dos laterais brasileiros, sobe bem ao ataque, mas deixa brechas na retaguarda.

Fernando (Volante, 22 anos, Shakhtar Donetsk-UCR)
A impressão que ficou em 2013 é a de que se Fernando tivesse seguido mais alguns meses no Grêmio, certamente iria à Copa. Depois de ser titular em amistoso pré-Copa das Confederações, foi ao torneio na reserva de Luiz Gustavo e Paulinho. Negociado com o Shakhtar, saiu do radar de Felipão.

Rodrigo Caio (Volante, 20 anos, São Paulo)
Volante de origem, se vira bem como zagueiro, posição em que atuou durante boa parte de 2013. Se destaca pelo posicionamento e ótimo cabeceio. Virou ‘queridinho’ da imprensa europeia após o bom papel no Torneio de Toulon.

Fred (Volante, 21 anos, Shakhtar Donetsk-UCR)
Em 2013, teve um início de Brasileiro arrasador com a camisa do Inter, mas logo estava de mala pronta para o Shakhtar. No clube ucraniano, oscilou bastante, mas tem grande margem para evolução nos próximos anos.

Lucas Silva (Volante, 21 anos, Cruzeiro)
‘Achado’ de Marcelo Oliveira, foi fundamental na conquista do Brasileiro de 2013 pelo Cruzeiro. Tem pegada no meio-campo, mas também sabe sair jogando.

Rafinha (Meia, 21 anos, Barcelona-ESP)
Ao contrário do irmão Thiago, que se naturalizou espanhol, Rafinha decidiu defender a seleção brasileira. Cria do Barcelona, foi emprestado ao Celta de Vigo, onde teve atuação destacada na última temporada.

Douglas Costa (Meia, 23 anos, Shakhtar Donetsk-UCR)
Em 2012, foi convocado por Mano Menezes para um período de testes com a seleção brasileira. Não foi mais lembrado para o time adulto, mas continuou sendo um dos protagonistas do Shakhtar nas últimas duas temporadas. Foi vice-campeão mundial sub-20 em 2009.

Lucas Moura (Meia, 21 anos, PSG-FRA)
Lucas foi esquecido por Felipão às portas da Copa, depois de um ano acumulando convocações. No PSG, ainda não deslanchou, mas sua última temporada foi mais sólida. Com a bateria recarregada, Lucas tem tudo e mais um pouco para voltar à seleção.

Philippe Coutinho (Meia, 22 anos, Liverpool-ING)
A temporada que Coutinho fez pelo Liverpool era digna de convocação para a Copa, mas o meia não foi lembrado na lista final. Campeão mundial sub-20 em 2011, deve crescer na cotação neste ciclo pré-Copa 2018.

Luan (Atacante, 21 anos, Grêmio)
Luan tem no drible seu grande atributo. Jogando aberto, desequilibra no mano-a-mano. É mais um integrante do time brasileiro que se sagrou campeão em Toulon.

Lucas Piazon (Atacante, 20 anos, Vitesse-HOL)
Com apenas 17 anos, já estava no Chelsea. Foi emprestado ao Málaga em 2013, onde foi bem, e fechou a última temporada com a camisa do Vitesse. Na Holanda, fez 11 gols na Eredivise e colheu elogios. De volta ao Chelsea, foi mais uma vez emprestado, dessa vez para o Eintracht Frankfurt/ALE

Mosquito (Atacante, 18 anos, Atlético-PR)
Mosquito veste a camisa 9, mas não é um centroavante fixo, de referência. A movimentação pelos lados do campo é uma das caracterísiticas do seu jogo. Marcou quatro gols no Mundial sub-17, em 2013, o que despertou a cobiça do Manchester United.

Gabriel (Atacante, 17 anos, Santos)
Nova joia das categorias de base do Santos, Gabriel teve sua primeira chance entre os profissionais do Santos apenas em 2013. Desde então, anotou 16 gols em 44 jogos. No Paulistão, roubou a cena ao marcar sete gols, a dois da artilharia máxima do torneio. Fonte: Tribuna do Norte