Sentir cĂłlicas intensas e incapacitantes nĂŁo Ă© normal, principalmente quando nĂŁo hĂĄ melhora dos sintomas apĂłs uso de anti-inflamatĂłrios. Segundo o mĂ©dico ginecologista, especialista em endometriose, Alexandre Amaral, a falta de informação, somado ao fato de uma crença equivocada em que cĂłlica menstrual Ă© algo comum, faz com que muitas adolescentes sofram por anos prejuĂzos escolares, sociais, fĂsicos e psĂquicos decorrentes da endometriose nĂŁo diagnosticada.
“Acredita-se que 6% a 10% das mulheres em idade reprodutiva, 50% a 60% de adolescentes e adultas com dores pĂ©lvicas e atĂ© 50% de mulheres com infertilidade sejam afetadas pela doença, segundo uma publicação da Revista Febrasgo em 2023. Apesar da alta incidĂȘncia, ainda Ă© uma doença subdiagnosticada e a falta de informaçÔes se destaca como um dos principais fatores que prejudicam o diagnĂłstico precoce dessa condição”, explica o ginecologista.
De acordo com o especialista, a endometriose Ă© uma doença caracterizada pela presença do endomĂ©trio (camada interna que reveste o Ăștero) em locais fora da cavidade uterina. “O principal sintoma da endometriose sĂŁo as cĂłlicas intensas. Outros indĂcios incluem dor para urinar (disĂșria), dor nas relaçÔes sexuais (dispareunia), dor ao evacuar (disquezia), dor pĂ©lvica crĂŽnica, alĂ©m de sensação de fadiga e dor nas pernas”.
ACOMPANHAMENTO E TRATAMENTO
Como a enfermidade nĂŁo tem um diagnĂłstico fĂĄcil, Ă© necessĂĄrio que a adolescente realize consultas ginecolĂłgicas regulares para relatar os possĂveis sintomas da endometriose, alĂ©m de fazer exames como ultrassonografia com preparo intestinal (caso jĂĄ tenha tido relação sexual) e/ou a ressonĂąncia magnĂ©tica da pelve sempre que necessĂĄrio. “Quando a doença Ă© detectada precocemente, hĂĄ mais possibilidades terapĂȘuticas e, assim, Ă© possĂvel recuperar a qualidade de vida dessas jovens”, diz o mĂ©dico.
atualmente, principalmente com mudança no estilo de vida e acompanhamento multidisciplinar, Ă© possĂvel proporcionar uma grande melhora na qualidade de vida dessa paciente, com o alĂvio dos sintomas, segundo o mĂ©dico: “SĂŁo estratĂ©gias que precisam incluir um nutricionista para propor uma mudança na alimentação com uma dieta anti-inflamatĂłria, prĂĄtica de exercĂcios fĂsicos aliada, eventualmente, ao tratamento hormonal, para as adolescentes que desejam utilizar hormĂŽnios, alĂ©m de acompanhamento sempre com ginecologista especialista em endometriose. A cirurgia Ă© a Ășltima opção de tratamento, a nĂŁo ser em casos especĂficos, por isso, cada caso precisa ser avaliado individualmente”, orienta o ginecologista.
Fonte: Site Dr. Fernando Guastella
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