Uma nova metodologia usada na Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Sesi tem apresentado bons resultados em relação à formação dos estudantes. A rede, que oferece vagas gratuitas, tem a maior taxa de conclusão do país – 50% superior em relação à EJA pública.
Segundo Leonardo Lapa, gerente de Educação Básica do Sesi Nacional, mais de 70% dos matriculados na EJA da rede pública do país evadem antes de concluir a escola.
“Então, a nossa grande meta, ao pensar uma nova EJA que olhasse para o aluno, para a individualidade dele e que reconhecesse os saberes dele, era fazer a mudança nessa realidade. E, depois de termos implementado o programa em mais de 25 estados, depois de mais de 200 mil estudantes terem passado por essa metodologia, nós temos uma taxa de conclusão de 72% a 82%”, informa.
Nessa nova metodologia utilizada pelo Sesi, o currículo da Educação de Jovens e Adultos é organizado por competências e habilidades importantes para o estudante e para o mundo do trabalho. O programa busca que o aluno conclua o ensino em até 13 meses, com uma completa formação com foco no mercado de trabalho.
Lapa reforça que é preciso o aumento de matrículas na EJA para a geração de novas oportunidades. “Temos 66 milhões de brasileiros que precisam consolidar sua educação básica. No entanto, as matrículas são menos de 3 milhões – 2,7 milhões em 2022. A partir daí, vemos o tamanho do desafio que a gente tem”, pontua.
Prioridades da educação
Em evento nessa quarta-feira (22), na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, especialistas e parlamentares debateram a importância de projetos de ensino flexível, que se adaptem às necessidades do estudante.
Maria do Socorro Alencar Nunes, coordenadora geral de Alfabetização da Diretoria de Políticas de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos do Ministério da Educação, esteve presente no evento e apresentou os dados mais recentes acerca da educação no Brasil.
“Nós estamos apresentando uma política para aqueles que são os mais excluídos dentre os excluídos, que são as pessoas que ainda não aprenderam a ler e escrever”, afirma. Há, no Brasil, cerca de 9,3 milhões de pessoas não alfabetizadas. As maiores taxas estão no Nordeste e Norte.
A coordenadora pontuou, também, a dificuldade de acesso às políticas públicas por parte das populações rurais, ribeirinhas e de menor renda. Há ainda, ao todo, 931 municípios que não ofertam EJA.
“Um pacto nacional pela superação do analfabetismo não é somente isto. É pela superação da exclusão social. Quando a alfabetização não está presente, quando ela não é um direito, vários outros direitos acabam não sendo garantidos”, conclui.
O evento teve a presença de integrantes da Frente Parlamentar Mista da Educação. O senador Flávio Arns (PSB-PR), presidente da Comissão de Educação do Senado, chamou a atenção para os índices de educação do Brasil. Ele afirma considerar a iniciativa como “importante e necessária”.
“Em números absolutos no brasil nós temos 2 milhões de pessoas cursando a EJA. Muitas pessoas inclusive dizendo que não querem fazer a EJA. Se perguntando: para que vou estudar física, matemática, química? Nesse sentido é a importância do projeto do Sesi. Parte da realidade da pessoa, da discussão das necessidades, da história desta pessoa para o contexto da aprendizagem”, completou. *Brasil 61
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