A mudança na rotina de moradores do oeste baiano, que sofre com as altas temperaturas por causa da onda de calor que atinge a região nos últimos dias, impacta diretamente o bolso. A necessidade de manter um climatizador ligado durante o dia e o ar condicionado em dois períodos (tarde e noite) fez com que a conta de luz da casa de Nilza Magalhães, 52, aumentasse em 48%.
A assistente social mora em Bom Jesus da Lapa, cidade que registrou uma máxima de 39,8 °C no último domingo (12). O costume era não utilizar o climatizador e manter o ar condicionado em funcionamento apenas quatro horas por noite. No entanto, os dias mais quentes influenciaram uma mudança, que impactou diretamente o bolso de Nilza.
“O climatizador nós ligamos nos dias mais quentes. Já o ar condicionado passa a noite ligado. Apesar disso, ainda acordo indisposta e cansada, com a sensação de que passei à noite em claro”, afirmou.
Para se ter ideia, o climatizador da família de Nilza tem capacidade para 45 litros de água e precisa ser abastecido duas vezes ao dia. “A gente não aguenta ficar na sala sem o climatizador. Não tem bolso que aguente ficar o dia todo no ar condicionado, por isso optamos pelo climatizador durante o dia”, explicou.
A conta de luz da residência de Nilza saiu de R$ 438,39, no mês de setembro, para R$ 620,47, em outubro, quando as consequências da primeira onda de calor, que atingiu o estado em meados de setembro, chegou. Essa diferença representa um aumento de de 48%.
Moradora de Barreiras e professora da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Maria Anália Miranda também aponta um aumento nos gastos de casa. Com energia solar em casa, os maiores prejuízos são na conta de água. Em janeiro deste ano, mês em que as temperaturas foram mais amenas, o valor da conta de água foi de R$ 68. Em novembro, o valor saltou para R$ 366.
“Temos a necessidade de ficar molhando o solo, para resfriá-lo, além de molhar as plantas, que ficam secas cada vez mais rápido”, afirma a professora.
Apesar de não indicar o aumento exato da conta de luz, a professora Maria Anália Miranda afirma que esse valor dobra, se compararmos o consumo de meses do inverno com o de meses em que houve a presença da massa de ar quente. *Correio da Bahia
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