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Pesquisadores baianos criam tecnologia que promete mapear focos do mosquito da dengue

Dois pesquisadores baianos desenvolveram uma tecnologia capaz de mapear focos do Aedes aegypti e avaliar o comportamento dele, através de análises de estrutura urbana, temperatura, previsão e volume de chuva. O objetivo é ampliar ações de combate ao mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya, colaborando para melhorias das condições de saúde da população.

O projeto, que teve início no ano de 2019, foi desenvolvido por Davi Luca e Joelma Luca, que moram em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, e atuam na startup Ondaedes. A dupla afirma que analisou bilhões de dados fornecidos por satélites da Nasa e, com base neles, promete revolucionar a prevenção do Aedes aegypti.

Com informações, por exemplo, de temperaturas, índices pluviométricos e estruturas urbanas de cada quilômetro quadrado existente nos bancos de dados dos satélites utilizados na pesquisa, são obtidos detalhes aplicados às técnicas de previsão do comportamento do mosquito, observado por sensoriamento remoto.

Essa análise por quilômetro quadrado é divida em duas áreas de riscos:

    Risco 1: o mosquito pode se alimentar, pôr ovos e se tornar adulto em um período de 8 a 10 dias;

    Risco 2: o mosquito pode se alimentar, pôr ovos e se tornar adulto em um período de 3 a 4 dias; além dessa diminuição no tempo de reprodução, nesse estágio o vírus da dengue também pode ser expelido na metade do tempo da área em risco 1.

Conforme os pesquisadores, a tecnologia utiliza variáveis às quais o inseto é sensível. A temperatura é uma das mais importantes, contudo, não é possível traçar um perfil do Aedes, porque o hábito dele se modifica em diferentes regiões – o que sugere que o mosquito pode se adaptar e sobreviver em diversas condições.

Davi e Joelma identificaram, por exemplo, que em alguns países asiáticos, o Aedes não se reproduz em locais com temperaturas superiores a 40°C, como ocorre no Brasil. Em alguns estados, eles encontraram focos de reprodução em regiões cujos termômetros atingiram os 44°C durante os trabalhos.

O sistema foi produzido com base em Big Data, ou seja, utilizando um conjunto de técnicas para analisar e sistematizar grandes quantidades de dados – neste caso, fornecidos pela Nasa, o que garante a confiabilidade dos estudos.

A ação foi realizada com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), e tinha previsão de ser finalizada no mês de junho, porém, o prazo foi prorrogado para setembro deste ano. O trabalho está 90% pronto e vai investir em sistemas para tratar e finalizar os dados, processo que depende de “maior poder computacional”.

Quando for concluído, o projeto será patenteado como propriedade intelectual e disponibilizado como produto do Sistema de Informação Geográfica (SIG) Online, que agrupa vários dados geoespaciais e permite mostrar todos os detalhes de modo correlato. *G1

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