Seis em cada 10 pessoas têm algum grau de dificuldade para comer na Bahia, segundo dados do Inquérito Nacional Sobre Insegurança Alimentar, da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN).
A pesquisa foi realizada entre os meses de novembro de 2021 e abril deste ano, e mais de 500 domicílios foram visitados no estado.
Segundo Silvio Isoppo Porto, professor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e pesquisador, as principais causas da insegurança alimentar no estado são a crise econômica, o desemprego e o nível da informalidade.
“Também tem o problema da inflação de alimentos. Tivemos um crescimento tão expressivo do custo de vida, que a população não está conseguindo consumir adequadamente. Isso faz com que ela consuma alimentos de baixíssima qualidade nutricional”, afirmou.
A pesquisa também detalhou as diferenças entre as zonas rural e urbana. Segundo o levantamento, cerca de 14,1% das pessoas que moram nas cidades estão em situação de insegurança alimentar grave. Já no campo, esse índice é de 9,9%.
Entre a população adulta, a fome atinge principalmente os trabalhadores informais ou desempregados, o que equivale a cerca de 42,1%.
Já em relação às crianças menores de 10 anos, cerca de 44,7% não conseguem fazer todas as refeições do dia.
De acordo com a pediatra Thais Mello, a insegurança alimentar prejudica o desenvolvimento da criança, bem como do sistema de imunidade contra doenças.
“Quando elas [crianças] são privadas da alimentação adequada, acabam
tendo uma formação inadequada, principalmente desses sistemas que citei
[corpo e imunidade]. Não é um problema só da criança que está passando
fome. É um problema da sociedade, que deve ser combatido por toda a
sociedade”, explicou. *G1
0 Comentários