Em declaração à imprensa realizada nesta segunda-feira (1°), o presidente norte-americano, Joe Biden, confirmou a morte de Ayman al-Zawahiri, líder e um dos fundadores da Al-Qaeda. A Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) realizou a operação militar em Cabul, no Afeganistão, no sábado (30).
O egípcio sucedeu Osama bin Laden em 2011, após a morte do antigo líder da Al-Qaeda por soldados dos EUA no Paquistão.
“Por décadas [al-Zawahiri] foi um mentor contra os norte-americanos”, afirmou Biden. “[Ele deixou uma] trilha de assassinatos e violência contra os cidadãos dos EUA.”
Biden afirmou que a CIA já monitorava o paradeiro de al-Zawahiri há algum tempo e que uma semana atrás deu a autorização final para o ataque. A missão, entretanto, foi planejada para que outras pessoas não fossem atingidas. “Nenhum membro da família [de al-Zawahiri] foi ferido”, disse o presidente dos EUA.
O norte-americano também enfatizou que ações antiterrorismo continurão em andamento enquanto forem necessárias e que o país “nunca desistirá” de lutar contra o problema.
“Nesta noite, deixamos claro mais uma vez que, não importa quanto tempo leve, não importa onde se esconda, se você for uma ameaça para o nosso povo, os EUA irão te encontrar e te matar”, declarou Biden.
Em um comunicado, o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, confirmou que houve um ataque no sábado e fez críticas à operação, que classificou como uma violação aos “princípios internacionais”.
Al-Zawahiri era um médico e cirurgião de formação e é apontado como um dos responsáveis pela formação ideológica, as táticas e habilidades organizacionais da Al-Qaeda. Ele é tido como o líder e idealizador dos primeiros atentados suicidas e células independentes, que se tornaram uma marca da rede.
O egípcio ajudou a coordenar os ataques de 11 de Setembro de 2001, nos EUA, em que quatro aeronaves civis foram sequestradas.
Al-Zawahiri é suspeito de ter planejado o ataque que deixou 17 marinheiros mortos a um navio norte-americano que estava atracado no Iêmen, o USS Cole, em 2000. Dois anos antes, em 1998, o egípcio foi acusado nos EUA por ter participado de ataques com bombas nas embaixadas do país no Quênia e na Tanzânia, que deixaram 224 mortos.
EUA no Afeganistão
Há quase um ano as forças dos EUA deixaram o Afeganistão. Isso permitiu que os talibãs retomassem o controle do país, após 20 anos afastados do poder.
Segundo o “New York Times”, esse foi o primeiro ataque americano em solo afegão desde a saída definitiva dos militares dos EUA do país, em 31 de agosto de 2021.
Em julho, os EUA anunciaram a morte do líder do grupo Estado Islâmico
na Síria, Maher al-Agal, em um ataque com drones. A operação
“enfraqueceu consideravelmente a capacidade” da organização “para
preparar, financiar e realizar operações na região”, afirmou na ocasião
um porta-voz militar americano. *G1
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