A descoberta do caso em que uma mulher grĂĄvida foi resgatada em condiçÔes de trabalho anĂĄlogo a escravidĂŁo, na cidade de Santa Terezinha, no RecĂŽncavo baiano, ocorreu a partir de denĂșncia encaminhada pela Promotoria de Justiça. Apesar disso, desde 2019, a Bahia recebeu 138 denĂșncias sobre possĂveis casos como esse, porĂ©m apenas 16% delas foram fiscalizadas.
Os dados foram obtidos pela Fiquem Sabendo, agĂȘncia de dados especializada no acesso a informaçÔes pĂșblicas, com a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), vinculada Ă Secretaria de Trabalho (STRAB) e subordinada ao MinistĂ©rio do Trabalho e PrevidĂȘncia (MTP).
Das 138 denĂșncias desde 2019 sobre trabalho anĂĄlogo a escravidĂŁo, 23 delas foram fiscalizadas pelos ĂłrgĂŁos competentes. Em toda a Bahia, denĂșncias deste tipo foram registradas em 67 cidades do estado.
Como exemplo, no Brasil, em julho de 2022, foram 170 denĂșncias registradas sobre a temĂĄtica, nenhuma delas foi fiscalizada. No mĂȘs anterior, em junho de 2022, foram 147 denĂșncias no Brasil com 2 fiscalizaçÔes.
MPT DA BAHIA
Ao Bahia NotĂcias, o procurador-chefe do MinistĂ©rio PĂșblico do Trabalho, LuĂs Carneiro, ĂłrgĂŁo que tambĂ©m faz a fiscalização desse tipo de conduta, apontou que a “caracterização do trabalho escravo domĂ©stico nĂŁo Ă© apenas somente um desregramento entre trabalhador e empregado”.
“Os nĂșmeros precisam ser examinados. As denĂșncias chegam de diversas formas. Nem sempre as denĂșncias sĂŁo confirmadas no final. Quando se fala em trabalho escravo domĂ©stico Ă© muito forte. Ă algo que Ă© uma chaga social ainda existente e tem muita repercursĂŁo”, disse ao BN.
Carneiro ressaltou que o “ambiente que deveria propiciar condiçÔes
mais prĂłximas” muitas vezes o MPT se depara com agressĂ”es. “Submeter,
geralmente mulheres negras, uma prĂĄtica discriminatĂłria. Ela se
caracteriza por uma condição sub humana, não pode ser vulgarizada. Não é
qualquer arranhamento ou relação. São pråticas cruéis, privação do
direito de ir e vir”, completou. *BAhia NotĂcias
0 ComentĂĄrios