Para quem ainda tinha dúvidas da força do Brasil no continente sul-americano, a Copa América feminina trouxe novamente à tona a diferença da Canarinho para as demais seleções. A equipe comandada por Pia Sudhage aplicou goleada atrás de goleada na fase de grupos, com sólidos sistemas ofensivo e defensivo, e agora vai para o mata-mata. Adversário das semifinais, o Paraguai oscilou na competição e não deve ser páreo para a atual campeã. Em busca do octa, a seleção jogará nesta quinta-feira, 26, às 21h, em Bucaramanga, na Colômbia, em seu penúltimo passo na competição.
Apesar de toda demonstração de bom nível do time brasileiro, o discurso de que será fácil não chega aos vestiários, o que não surpreende vindo de uma das jogadoras mais experientes do elenco. “Sabemos que vai ser um jogo difícil. Estamos nos preparando para isso. Temos visto muitos vídeos. Vamos continuar nos preparando ainda, sabemos que vamos enfrentar uma grande equipe, mas também tenho certeza que estaremos bem preparadas para isso”, comentou Bia Zaneratto em entrevista coletiva, ontem.
Contudo, mesmo que não seja tão tranquilo quanto parece, o retrospecto do time na primeira fase do torneio certamente dá confiança às jogadoras e à comissão técnica. Foram quatro jogos, com direito a goleada em todos os confrontos e a passar ilesa por todos os adversários. Na última rodada, a seleção já havia garantido sua vaga nas semifinais e pôde utilizar uma escalação reserva para enfrentar o Peru, último colocado do Grupo B. Resultado? 6 a 0 para as Guerreiras e a maior goleada da primeira fase.
Com a liderança do grupo, o mata-mata começou de um jeito menos complicado. Ao invés de enfrentar a Colômbia, dona da casa e líder do Grupo A, o Brasil vai pegar o Paraguai, oscilante e muitas vezes frágil defensivamente. A Branca e Vermelha estreou no campeonato com um susto, uma derrota por 4 a 2 para a Colômbia. Porém, a equipe conseguiu se reerguer e venceu de forma apertada o Chile, por 3 a 2. Com dois triunfos sobre Bolívia e Equador, a seleção garantiu o segundo lugar. Sem ter chegado sequer à final do torneio alguma vez, o Paraguai terá pela frente um Brasil ainda em construção, mas com força o suficiente para atropelar os rivais sul-americanos.
Dia especial
Para o que representa a seleção brasileira na competição, hoje a noite será ‘só’ mais uma noite. Após chegar à final em todas as edições da Copa América Feminina, já não se espera menos que a decisão. Contudo, para uma atleta do time, essa será uma noite especial. A atacante Bia Zaneratto entrará em campo com a camisa da amarelinha pela centésima vez. Campeã em 2018 com o Brasil, a jogadora ainda tem fome de gol para colocar a equipe em mais uma final.
“Fico muito feliz de completar 100 jogos vestindo a camisa da seleção em um momento tão importante como vai ser essa partida contra o Paraguai. Vai se tornar ainda mais especial. Quero concretizar ela com uma vitória e, se Deus quiser, também com um gol que vai ser muito lindo para mim, para toda a minha família e por todos que torcem por mim”, vibrou Bia.
Se o tento sair, também não será nenhuma surpresa. A atleta de 28
anos é um dos destaques da equipe e chega como um dos pilares de
experiência para todo o elenco. Com dois gols marcados, Bia pode não ter
mais que suas companheiras de ataque Adriana Leal e Debinha, mas
conseguiu ser fundamental de outra forma. Três assistências colocam a
jogadora como líder desse quesito na competição, a maioria justamente
para as outras duas atacantes. *A Tarde
0 Comentários