Basta o carnaval terminar e muita gente começa a pensar nos festejos juninos. Em 2020 e 2021, o arrasta-pé foi cancelado por conta da Covid-19. Este ano, com a redução no número de casos ativos da doença, os adeptos do São João começam a sonhar com um possível retorno dos eventos que acontecem em diversas cidades da Bahia.
Especialistas na área da saúde, no entanto, alertam que decisões sobre os rumos da folia junina precisam levar em conta o número de vacinados e o cenário da pandemia nas diversas regiões do estado.
Diante de tantas dúvidas, fica a pergunta: afinal, o que é preciso para que o São João aconteça em 2022?
Para responder esta pergunta, a edição número 51 do podcast Eu Te Explico conversou com o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Marcos Sampaio, e com o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Zé Cocá. Participa da discussão também o prefeito da cidade de Conceição da Feira, João de Furão, que anunciou festejos juninos no município desde novembro do ano passado.
Para o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Marcos Sampaio, é animador saber que o número de casos da covid-19 está em queda e que a vacina tem surtido efeito na sociedade. Porém, é preciso tomar cuidado com a sensação de que a pandemia acabou.
“O indicador que deve ser utilizado para dizer se teremos festa junina, ou qual será o tamanho da flexibilização, é o indicador da vacina. Precisamos que haja o convencimento para que a população se vacine. É necessário, inclusive, fechar o cerco aos não vacinados”, comentou.
De acordo com o presidente da UPB, Zé Cocá, a decisão sobre a realização do São João precisa ser tomada até o início de abril. Caso contrário, as prefeituras terão dificuldades para organizar as festas. Sua expectativa é de que, com o avanço da terceira dose da vacina, seja possível retomar o fluxo de eventos nesse período.
Cocá avalia como “avassalador” os efeitos da pandemia nas cidades que deixaram de realizar as festas nos últimos dois anos. Ele cita o caso de municípios que “vivem para o São João e se preparam o ano todo para o evento”. Sem a festa, a força econômica de muitas cidades deixou de ser fortalecida.
“O choque é muito grande e ainda não temos a noção do impacto financeiro e social que isso causou”, lamentou.
Em Conceição da Feira, cidade a cerca de 130 quilômetros de Salvador, desde o ano passado há expectativa em torno da festa. A prefeitura anunciou que investiria nos festejos e, agora, a esperança está aquecida com os índices em queda dos casos ativos e internações por conta da Covid-19.
De acordo com o prefeito da cidade, João de Furão, realizar o evento será possível se o governo do Estado emitir o sinal verde até abril. Ele garante que o evento, caso seja liberado, será organizado em conformidade com todas as normas de segurança.
“Temos a expectativa de que a ciência vença a pandemia. Faremos se as condições sanitárias forem suficientes para colocarmos as pessoas nas ruas em um evento tão grandioso”, completou.
O prefeito contou ao podcast Eu Te Explico que grandes atrações, como a banda Calcinha Preta, são esperadas na programação. Seu objetivo é estar com tudo pronto, caso haja a liberação por parte do governo e dos órgãos ligados ao setor da saúde: “Precisamos estar preparados”, disse.
A equipe do podcast Eu Te Explico procurou o Governo do Estado para falar sobre o tema. Por meio de nota oficial, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) informou que os indicadores da Covid-19 são avaliados constantemente para que novas flexibilizações aconteçam na Bahia.
São levados em conta diversos fatores, como cobertura vacinal, casos
ativos e taxa de ocupação de leitos. A Sesab informou que ainda não é
possível fazer qualquer afirmação sobre a liberação de eventos com um
público maior do que aponta o decreto vigente, que libera três mil
pessoas. *G1-BA
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