A Bahia teve um caso de violĂȘncia contra a mulher a cada dois dias em 2021, segundo a pesquisa “Elas vivem: dados da violĂȘncia contra a mulher”, da Rede de ObservatĂłrios da Segurança. O levantamento, divulgado nesta quinta-feira (10), aponta que foram 200 registros no ano passado.
AlĂ©m disso, houve queda de 31% nos registros da Rede, em relação a pesquisa feita em 2020. Apesar da redução, os tipos de violĂȘncia sofridas nĂŁo tiveram grande tipo de variação quando o assunto Ă© feminicĂdio: foi de 70 (2020) para 66 casos (2021).
De acordo com a Rede de ObservatĂłrios da Segurança, a Bahia teve 232 casos de violĂȘncia contra a mulher em 2021. O tipo mais registrado foi feminicĂdio com 66, seguido por homicĂdio (55), tentativa de feminicĂdio/agressĂŁo fĂsica (50) e violĂȘncia sexual (29).
“Na Bahia, foram registrados 29 casos de violĂȘncia sexual/estupro, mas o nĂșmero de vĂtimas pode ser muito maior, pois muitas tĂȘm dificuldade de proceder a denĂșncia, por vergonha e medo que familiares saibam do ocorrido e pela morosidade do sistema de justiça em processar e condenar os agressores”, disse trecho da pesquisa.
A Rede de ObservatĂłrios da Segurança afirmou ainda que “as vĂtimas sofrem pelo crime, pela violĂȘncia e tambĂ©m a partir da construção desse estigma na sociedade”.
A Rede de ObservatĂłrios da Segurança divulga o relatĂłrio sobre violĂȘncia contra mulher anualmente. O estudo, que jĂĄ era feito com Bahia, CearĂĄ, Pernambuco, Rio de Janeiro e SĂŁo Paulo, agora passou a incluir MaranhĂŁo e PiauĂ.
Segundo o levantamento, a Bahia foi o Ășnico estado que nĂŁo registrou casos de transfeminicĂdios em 2021.
TambĂ©m foram catalogados nove casos de violĂȘncia motivados por suposta traição. A pesquisa cita o caso da vĂtima Valdenice Alves de Novais que, por ciĂșmes, foi enterrada viva pelo companheiro que alegou Ă polĂcia que “queria puni-la”, em Itabuna, no sul da Bahia.
Outro exemplo citado pela Rede de ObservatĂłrios da Segurança foi o caso de Erika Batista, de 18 anos, que foi estuprada e morta no distrito de Cumuruxatiba, que pertence ao municĂpio de Prado, no extremo sul da Bahia.
Em uma tabela, a Rede lista as motivaçÔes de feminicĂdio na Bahia. As brigas lideram com 13 casos, seguidas de ciĂșmes/suposta traição (9), tĂ©rmino de relacionamento (4) e estupro (3).
Outra tabela mostra as motivaçÔes das tentativas de feminicĂdio/agressĂŁo fĂsica no estado. As brigas seguem no topo com 11 casos, seguidas de tĂ©rmino de relacionamento (8), ciĂșmes/suposta traição (3) e bala perdida (1).
A pesquisa da Rede de Observatórios da Segurança é feita com base em
metodologia de pesquisa rigorosa e monitoramento diĂĄrio, por meio de
dados divulgados pelas secretarias estaduais, via Lei de Acesso Ă
Informação. *G1
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