O senador Otto Alencar (PSD) tem dito reservadamente a interlocutores que está decidido em não aceitar a proposta de concorrer ao governo da Bahia, como foi projetado pelo governador Rui Costa (PT) em conversa com Lula semana passada em São Paulo.
Otto já disse publicamente que a montagem da chapa ainda não foi definida, mas que seu projeto de reeleição ao Senado segue de pé. Uma conversão ao Palácio de Ondina “aos 45 do segundo tempo”, como dizem pessoas próximas ao senador, seria muito arriscada.
“Por que há um ano não chamou ele pra ser candidato?”, questionou uma fonte, em conversa com o BNews.
Pesa também o fato de assunto não ter sido discutido e amadurecido previamente com Otto, seu grupo político e as demais forças da base governista.
Para além disso, a leitura em Brasília é que, dessa vez, o ex-presidente Lula está obstinado tão somente no seu retorno ao Planalto e em montar bancada forte no Congresso, o que levanta suspeita se ele realmente entrará de cabeça para patrocinar a campanha de um aliado “não petista” na Bahia.
“Otto não topa porque o 55 não é o mesmo 13 de Lula”, diz outro pessedista. O cenário proposto agora fez o senador lembrar da candidatura de Geddel ao governo em 2010, quando foi alijado de apoios mais robustos, a despeito da relação que tinha com o governo nacional do PT – onde chegou a ser ministro das Cidades na segunda gestão de Lula.
Outro sinal amarelo que acendeu entre os pessedistas foi a informação de que um emissário do União Brasil teria tido um encontro com a cúpula do ex-presidente Lula, onde conversaram também sobre o cenário eleitoral da Bahia. O pré-candidato estadual da sigla, ACM Neto, ainda não tem um presidenciável para chamar de seu, e nem dá sinais de que o fará.
Neto tem defendido a tese de palanque
aberto e não oferece resistência a novos aliados que manifestam
intenção de votar em Lula para presidente. Parlamentares e lideranças de
diferentes campos já admitem com certa naturalidade uma dobradinha
tácita Lula-Neto. “Lula lá, Neto cá”, repetem. *BNews
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