Depois de duas temporadas consecutivas lutando contra o rebaixamento, o Bahia não conseguiu evitar a queda e vai jogar a Série B em 2022. A definição ocorreu na noite desta quinta-feira (9), com a derrota por 2×1 para o Fortaleza, na capital cearense. O tricolor voltará para a segunda divisão após cinco anos seguidos na elite do futebol brasileiro e, além da perda esportiva, o Esquadrão sofrerá outro baque: o financeiro.
O orçamento para o próximo ano deve ser apresentado pela diretoria ao Conselho Deliberativo nos próximos dias, mas já é possível saber que o Bahia vai ter uma queda significativa nas receitas. O impacto principal decorre dos direitos de transmissão, popularmente chamados de cotas de TV.
O orçamento do clube neste ano de 2021 prevê arrecadação de cerca de R$ 55 milhões com a disputa do Brasileirão. Na Série B, no entanto, as cifras serão muito menores. Com o fim da cláusula “paraquedas”, os quatro rebaixados não recebem mais no primeiro ano de segunda divisão a cota a que teriam direito na elite. Tomando como base a Série B deste ano, o valor que o tricolor receberá vai cair para cerca de R$ 7,2 milhões. Ou seja, uma redução de R$ 47,8 milhões em relação a 2021. O baque representa 28% da projeção total de orçamento do clube, que é de R$ 171 milhões.
A perda de receita vai dificultar o cotidiano do clube e, naturalmente, isso impacta na montagem do time. Com o rebaixamento, jogadores como Gilberto, Rossi e Rodriguinho, todos em fim de contrato, dificilmente permanecerão no CT Evaristo de Macedo.
Aliás, o Bahia precisa voltar a se rearrumar administrativamente. Desde o início da pandemia, em 2020, o clube acumula prejuízos. Na temporada passada, por exemplo, o déficit do Esquadrão foi de R$ 52 milhões. A tendência é que feche no vermelho de novo.
Entre as consequências do rombo financeiro, a diretoria voltou a atrasar salário de jogadores e funcionários. Além disso, o Bahia descumpriu o acordo global que possui com o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª região (TRT) para o pagamento de dívidas trabalhistas. É um acordo pelo qual o clube destina mensalmente um valor para zerar a fila de credores.
“O Bahia registrou déficit de R$ 52 milhões em 2020, um valor histórico devido à pandemia. Enquanto esse déficit não for superado, o clube administra o fluxo de caixa com muita dificuldade, inclusive em relação às dívidas contraídas em gestões passadas, como é o caso da enorme dívida trabalhista gerida sob este referido acordo. Por um período longo, infelizmente não será possível manter o pagamento no ritmo que gostaríamos até que o imenso déficit registrado em 2020 seja recuperado”, argumentou o presidente Guilherme Bellintani sobre o descumprimento do acordo com o TRT.
Além da cota que terá direito por disputar a Série B, o Bahia vai receber valores referentes a outros campeonatos que participará. Já tem garantido cerca de R$ 1,9 milhão pela fase de grupos da Copa do Nordeste e R$ 900 mil pelo Campeonato Baiano.
O clube vai arrecadar em premiação também na Copa do Brasil. A CBF ainda não divulgou os valores para o próximo ano, mas como atual campeão da Copa do Nordeste, o Esquadrão entrará nas oitavas de final da competição. Em 2021, os clubes receberam R$ 2,7 milhões nessa etapa. Os valores aumentam à medida que as equipes vão passando de fase.
A
Série B 2022 será, mais uma vez, recheada de campeões brasileiros.
Bahia, Grêmio e Sport se juntam a Vasco, Cruzeiro e Guarani, que não
conseguiram o acesso este ano. *Correio/Esportes
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