A reta final para a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que acontece em menos de um mês, é sinônimo de ansiedade e nervosismo para os estudantes, mas não só isso. Com o último mês de preparação para a prova, vem também as oportunidades para consolidar o que os candidatos aprenderam. São basicamente três as alternativas: aulões, simulados e provas antigas para refazer. Uma tríade que, apesar de antiga, para os profissionais de educação, continua sendo o caminho das pedras para quem quer concluir seus estudos da maneira certa e chegar afinado ao local de prova.
A professora Cristina Cardoso, coordenadora pedagógica da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Antônio Vieira, é uma entusiasta desses três métodos de aprendizado na reta final. “O aluno que faz bem essas três etapas de estudo tem tudo para ser vitorioso em qualquer prova, não só no Enem. Essa é, sem dúvida, uma trilha boa de se percorrer na fase final de preparação para o candidato que quer fazer uma boa prova”, indica Cristina.
Entre os três métodos de preparação, o que a coordenadora mais destaca é o aulão. Para Cristina, os aulões são oportunidades interessantes em que o estudante aprende de forma leve, como o momento pede. “A essa altura, os alunos estão cansados, e os aulões são motivadores por serem interdisciplinares e reunirem vários professores que discutem temas sob várias óticas. E, nesse modelo, os educadores propiciam, além de um ambiente de aprendizagem, um momento de descontração em que todos relaxem”, afirma ela.
Sobre os simulados, quem fala é Alessandro Barros, doutor em física e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifba) no campus de Salvador. “Além de colocar à prova o conhecimento do estudante, o simulado te coloca em situação de atenção exclusiva para a prova por quatro horas, experiência pela qual muitos não passam. Ele prepara o ambiente, dá um clima de Enem, testa a parte emocional e a concentração do estudante”, explica Barros, que vê o simulado como uma coisa importante para testar conhecimento e antecipar o que deve ser a ambientação da prova.
Ricardo Nunes, especialista da Plataforma AZ, sistema de ensino da Conexia Educação, diz que refazer provas antigas é válido tanto na escola, com exercícios promovidos pelos próprios docentes, como em casa. “No caso da iniciativa pelos estudantes, recomendo fazer como se tivessem realizando a prova no dia mesmo, respeitando horário e todas as regras. É legal fazer a prova, mas é preciso que seja com hora para começar e terminar, sem celular por perto e tentando manter o ambiente mais próximo possível do que seria o dia da prova”, orienta.
Estudantes conscientes
Os candidatos também sabem como cada um desses métodos pode fazer a diferença. Marcello Andrade, 17 anos, quer fazer Medicina e vai cumprir cada um dos três passos, que julga como importantes até a prova. “Aulão, por exemplo, é bom por ser uma proposta diferente das aulas convencionais. Na pandemia, tá mais difícil porque é virtual e perde um pouco de eficiência, mas ainda sim continua importante. Eu acho bem legal para nós porque é um jeito diferente de estudar, assim como os simulados e fazer prova antiga”, conta ele.
Giovanna Azevedo, 17, tem a intenção de cursar Enfermagem e, para alcançar o objetivo, acredita que precisa seguir o mesmo caminho. “Eles fortificam o que a gente trabalhou o ano todo. Nós somos o que fazemos repetidamente, e a excelência não é um feito, e sim um hábito. Então, ter aulões, fazer simulado e refazer provas antigas é algo que vai ajudar no Enem já que, na hora da prova, quando ficarmos nervosos, vamos lembrar justamente do que foi solidificado nesta fase final”, afirma a jovem.
Para outros alunos, os aulões, provas antigas e simulados permitem uma revisão mais efetiva do que já foi visto ao longo do ano. Pelo menos, é o que afirma o estudante Matheus Cunha, 18. “São três coisas com uma importância inquestionável, elas são necessárias. O Enem tem uma grande quantidade de assunto, então não dá pra rever tudo de forma individual. Com essas três formas de revisão, dá pra ter mais sucesso na tentativa de fixar o que você aprendeu”, opina Matheus, que quer cursar Biomedicina.
Planejamento
Matheus tem tudo planejado. “Ao longo do ano, já tenho feito simulados e, agora, vou intensificar isso. Pretendo fazer um simulado e uma prova antiga por semana para me preparar. No caso dos aulões, já tenho um até que foi marcado em que vou estar presente”, prevê o estudante.
Quem também tem aulão marcado é Marcello, que deve seguir uma rotina parecida com a descrita por Matheus. “Vou participar de dois aulões ainda. Quanto aos simulados e as respostas nas provas antigas, acho que é interessante fazer para ter noção de como a prova cobra conteúdo e, de preferência, vou pegar os simulados e provas antigas em horário parecido com o dia do Enem mesmo para me colocar em uma situação, no mínimo, parecida”, diz.
Por outro lado, Giovanna não tem nenhum aulão agendado. Porém, vai focar em resolver questões parecidas com as que estão em simulados e provas de edições anteriores do exame. “Fiz um gráfico por matéria e coloquei o que mais cai no Enem para revisar por meio de questões. Enquanto isso, como ainda estou em aula, vou focar em responder essas questões à tarde de segunda a sexta por três horas, mas com intervalos”, afirma ela, que não quer abrir mão de um tempo de descanso na parte noturna do dia.
Hora de consolidar
Os aulões, simulados e provas antigas são ferramentas para consolidar o que já foi estudado. “Tem que entender que a preparação não começou agora. Houve acúmulo de conhecimento nos últimos anos. Então, é preciso consolidar o que já aprendeu muito mais do que se desesperar com coisas que ainda não foram vistas e podem cair”, fala Alessandro Barros, professor do Ifba na capital.
Ricardo Nunes fala o que é mais interessante neste momento: “Não faz sentido o aluno buscar conteúdos que ele perdeu em determinado momento, a não ser que eles caiam sempre na prova. É preciso revisar a partir dos conteúdos que mais aparecem”, afirma o especialista.
Cristina Cardoso concorda que este é o
momento de praticar simulados, provas antigas e assistir a aulões.
“Consolidam o conhecimento e dão tranquilidade e segurança para os
alunos. Aulão usa o coletivo para engajar o estudo de uma forma que é
muito bem recebida pelos estudantes. Já os simulados e provas antigas
limitam a possibilidade deles serem pegos de surpresa com um tema porque
os ajudam a ampliar o repertório de conhecimento”, conclui. Leia mas AQUI. *Correio da bahia
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