A taxa de inadimplĂȘncia do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) voltou a subir no Brasil. Em junho deste ano, dos quase 2 milhĂ”es de contratos jĂĄ na fase de pagamento da dĂvida, pouco mais de 1 milhĂŁo, ou seja cerca de 52%, tinham atraso de mais de 90 dias nas prestaçÔes, segundo dados divulgados semestralmente pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
De acordo com o órgão, o saldo devedor de todos os quase 2 milhÔes de contratos em fase de pagamento é de R$ 71,9 bilhÔes, mas o montante que jå deveria ser pago e que estå em atraso era de R$ 6,6 bilhÔes em junho.
Além disso, o valor é 164% mais alto que o de abril de 2019, quando o Ministério da Educação lançou o primeiro programa de renegociação do Fies. Na época, os 567 mil ex-alunos que estavam inadimplentes somavam juntos um saldo devedor de R$ 2,5 bilhÔes.
De acodo com o FNDE, Ă© considerado “inadimplente” apenas quem estĂĄ com atraso de mais de 90 dias no pagamento das prestaçÔes mensais. Atualmente, 17 estados e o Distrito Federal jĂĄ estĂŁo com mais da metade dos contratos nessa condição.
O estado com a taxa mais baixa Ă© Santa Catarina (23,6% de inadimplĂȘncia), e o mais alto Ă© o AmapĂĄ, onde a quantidade de contratos com atraso chegou a 76,4%.
Renegociação
Para Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, entidade que representa mantenedores de ensino superior, o programa atual de renegociação precisa de melhorias. “O sistema de cobrança Ă© falho. Acaba sendo um programa engessado, Ă s vezes o aluno nem recebe a cobrança, nem sabe que estĂĄ inadimplente. Mas, quando ele fica inadimplente, ele tem pouquĂssimos canais de renegociação”, explica.
O primeiro programa de renegociação, de 2019, estava previsto para durar trĂȘs meses, mas o governo acabou dobrando o prazo devido Ă baixa adesĂŁo. Entre abril e outubro daquele ano, apenas 2% dos inadimplentes conseguiram cumprir os critĂ©rios da renegociação, e o MEC anunciou que conseguiu reaver 14% do saldo devedor de R$ 2,5 bilhĂ”es.
Em outubro de 2020, uma nova
rodada de negociação foi aberta, com quatro opçÔes de adesão, com
parcelamento em até 175 parcelas (mais de 14 anos) e descontos de entre
25% e 100% dos encargos como juros e multa por atraso. O prazo do
programa terminou em 31 de janeiro, e o FNDE nĂŁo divulgou quantos
estudantes aderiram à renegociação. *Bahia.ba
0 ComentĂĄrios