O governo da Bahia e o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado da Bahia (APLB) se reuniram na noite desta quarta-feira (11), para tentar resolver o impasse sobre a retomada das aulas semipresenciais na rede estadual de ensino.
Segundo a APLB, o sindicato reafirmou a posição de que os professores só vão retornar às salas de aula 15 dias após receberem a segunda dose da vacina contra a Covid-19. A categoria é a favor de manter as aulas online até que todos os profissionais estejam imunizados com as duas doses da vacina contra o novo coronavírus.
De acordo com o sindicato, os dirigentes da APLB foram recebidos pelos secretários da Educação e Relações Institucionais, Jerônimo Rodrigues e Luiz Caetano.
“Pedimos ao governo que garantisse a conclusão da vacinação dos profissionais de ensino até o dia 10 de setembro, mas não houve acordo. O governador segue irredutível na decisão de manter as escolas abertas, mesmo sem estrutura nas unidades e vários casos de contaminação de professores e alunos após a volta presencial”, disse o presidente do sindicato, Rui Oliveira.
Rui Oliveira afirmou que a entidade vai reunir a categoria ainda esta semana para dar novos encaminhamentos e orientações. A APLB informou que busca na justiça a manutenção das aulas remotas, sem prejuízos salariais para os educadores.
O sindicato também informou que o governo teria dito que entregaria uma lista com o nome de todos os funcionários da Educação que receberam as duas doses do imunizante. No entanto, ainda de acordo com a APLB, os secretários não apresentaram o relatório, alegando a não conclusão dos dados.
Retorno das aulas semipresenciais
No dia 26 de julho, primeiro dia de retomada das aulas semipresenciais na rede estadual de ensino, escolas em Salvador registraram baixo movimento de professores. Neste primeiro momento, apenas as aulas do ensino médio foram retomadas no modelo híbrido (online e presencial).
O retorno foi programado para acontecer com as turmas divididas pela metade, dando seguimento ao protocolo de manter 50% da capacidade das salas de aula. Além disso, a escola deve aferir a temperatura de todos que entram na instituição, e o uso de máscara é obrigatório.
Apesar dos protocolos, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado da Bahia (APLB), 95% dos professores da rede estadual não compareceram às salas de aula, na segunda.
Nas escolas municipais, que têm o ensino fundamental e infantil, as aulas semipresenciais já foram retomadas no dia 5 de julho, em formato híbrido. E as unidades particulares da capital retornaram às atividades também em formato híbrido no dia 6 de julho.
Impasse entre as partes
No dia 16 de junho, a APLB informou que 95,6% dos professores decidiram pelo retorno apenas após a imunização completa dos funcionários da Educação. A categoria afirmou que a pesquisa realizada pela entidade ouviu quase 17 mil profissionais. No dia 14 de julho, o presidente da APLB já tinha afirmado que a categoria não iria retornar às salas de aula neste mês.
Porém, o governador Rui Costa afirmou que os servidores que não cumprirem a carga horária definida será penalizado com a não remuneração, como qualquer trabalhador que falte ao posto de trabalho.
De acordo com o governo, apesar da baixa adesão, não há previsão para cancelamento das aulas semipresenciais. *G1-BA
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