O Senado haitiano nomeou Joseph Lambert, atual chefe da Câmara Alta, como presidente interino do Haiti e negou a autoridade do primeiro-ministro interino, Claude Joseph, que se encontra no poder desde o assassinato de Jovenel Moise.
A resolução, assinada por oito dos dez senadores que ainda estão ativos, diz que Claude Joseph foi afastado do cargo na segunda-feira, 5, no último decreto assinado por Moise antes do seu assassinato na quarta-feira, 7.
A resolução afirma que Lambert assumirá o cargo de chefe de Estado até 7 de fevereiro de 2022, data em que terminaria o mandato de Jovenel Moise. Sua primeira tarefa será criar um governo com a missão de organizar eleições.
De acordo com o texto, Claude Joseph não pode exercer as funções de primeiro-ministro desde segunda-feira passada, quando o presidente Moise nomeou Ariel Henry para o cargo por decreto, mas ele não foi empossado antes da morte do presidente.
Após o assassinato, Claude Joseph foi colocado no comando do governo, apoiado pela polícia e pelo Exército, e recebeu o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), dos Estados Unidos e de outros países para exercer as funções.
O Senado é o único órgão do país com funcionários eleitos, mas desde janeiro de 2020 não tem poderes para tomar decisões devido à falta de quórum.
A Câmara dos Deputados e dois terços do Senado deveriam ter sido renovados em 2019, mas as eleições foram adiadas devido à instabilidade política que o país atravessava naquele momento, o que levou ao encerramento da legislatura.
As autoridades haitianas disseram que pediram ajuda aos Estados Unidos e às Nações Unidas, para que enviassem tropas a fim de garantir a segurança em locais estratégicos, como portos, aeroportos, terminais petrolíferos e setor de transportes.
O assassinato do presidente haitiano, em sua residência, desestabilizou ainda mais o país mais pobre do continente americano, e levou o governo haitiano a declarar estado de sítio por um período de 15 dias.
Magnatas e ex-senadores interrogados
Um procurador do Haiti convocou dois magnatas, Réginald Boulos e Dimitri Vorbe, e os antigos senadores da oposição Youri Latortue e Steven Benoît para prestarem depoimento sobre a morte do presidente.
Os quatro, conhecidos opositores de Jovenel Moise, foram convocados para a próxima segunda-feira, 12, pelo procurador Bed-Ford Claude, do Tribunal de Primeira Instância de Porto Príncipe.
O procurador convocou também quatro chefes da polícia e militares responsáveis pela segurança de Moise. *Agência Brasil, com informações da RTP
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