Para minimizar os efeitos econômicos do novo coronavírus, o
presidente Jair Bolsonaro sancionou com vetos, em 28 de maio, o projeto
que concede ajuda financeira de R$ 60 bilhões a estados e municípios
durante a pandemia. O repasse ocorrerá em quatro parcelas, sendo que R$
50 bilhões serão utilizados para compensar perdas arrecadatórias e R$ 10
bilhões para ações de Saúde e Assistência Social.
O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir
Aroldi, diz que a ajuda é bem-vinda, mas ainda é insuficiente para sanar
a perda na arrecadação nas cidades brasileiras. Segundo ele, o fim da
pandemia não resultará no crescimento imediato da economia brasileira.
“Mesmo que a gente consiga amenizar a questão da pandemia, nós não
teremos até o final do ano a retomada e a normalidade da economia
brasileira.”
Para Roberto Luís Troster, doutor em Economia pela Universidade de
São Paulo (USP), a ajuda financeira aos entes federativos deve
contemplar a população mais pobre. “A intenção é boa, mas se
efetivamente [esse dinheiro] vai chegar na ponta é questão para se ver. O
importante, mais do que qualquer coisa, é ajudar a população de baixa
renda. É inconcebível que no Brasil, uma das maiores potências agrícolas
do mundo, tenha gente passando fome e não tenha o que comer”, defende.
O projeto sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro ainda suspende as
dívidas de estados e municípios com a União, o que inclui parcelas de
débitos previdenciários que venceriam até o final do ano. No entanto,
Bolsonaro vetou trecho da proposta que abria brecha para o reajuste de
servidores estaduais e municipais até o fim de 2021. Todos os vetos
presidenciais ainda precisam passar pela análise do Congresso Nacional,
que poderá mantê-los ou derrubá-los.
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