Caso Marielle: dois suspeitos de chefiar 'Escritório do Crime' são presos

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Caso Marielle: dois suspeitos de chefiar 'Escritório do Crime' são presos



Dois irmãos foram presos nesta terça-feira, 30, suspeitos de chefiar organização criminosa conhecida como 'Escritório do Crime' no Rio de Janeiro. Leonardo Gouvêa da Silva e Leandro Gouvêa da Silva estavam em uma mansão em Vila Valqueire, na Zona Oeste do Rio, quando foram presos pela Operação Tânatos.

Com objetivo de cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra denunciados de compor o 'Escritório do Crime' o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil iniciaram a Operação Tânatos nesta terça. Quatro mandados (dois cumprimos com os irmãos) de prisão e 20 de busca e apreensão foram expedidos.

O 'Escritório do Crime', grupo formado por policiais, ex-policiais e milicianos, é investigado por diversos homicídios considerados 'feitos por encomenda'. Segundo o MPRJ, entre os homicídios está o da vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

A operação é resultante de três denúncias apresentadas pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) que descrevem os crimes cometidos pelo grupo, suspeito de possuir ligação estreita com Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como 'Capitão Adriano', que exercia forte influência sobre o bando. Adriano foi denunciado pelo GAECO/MPRJ na operação “Intocáveis”, em 14 de janeiro de 2019, tendo sua prisão decretada, e foi morto por agentes do BOPE em 9 de fevereiro de 2020.

O mesmo grupo criminoso é apontado como autor da tentativa frustrada de execução do PM reformado Anderson Cláudio da Silva ('Andinho') e do também PM Natalino dos Santos Rodrigues, em 6 de janeiro de 2018, na Rua Ribeiro de Andrade, em Bangu.

O primeiro alvo, no entanto, não foi atingido pelos disparos. O segundo, apesar de baleado, sobreviveu ao ataque. Após essa data, apurou-se que os denunciados, em diferentes dias, se deslocaram a outros endereços vinculados a Anderson Claudio, com o intuito de monitorar sua rotina, em busca de obter êxito em uma segunda investida criminosa, que veio a ocorrer em 10 de abril do mesmo ano.

O MPRJ suspeita que Leonardo Gouvêa da Silva (vulgo 'MAD') exerce a chefia do grupo, competindo-lhe a negociação, o planejamento, a operacionalização e a coordenação quanto à divisão das tarefas criminosas a serem executadas. O órgão também destaca a atuação de Leandro Gouvêa da Silva (conhecido como 'Tonhão'), irmão e homem de confiança de Leonardo, que atua como motorista do grupo.

Outros dois denunciados cumprem funções semelhantes, sendo ainda braços armados: João Luiz da Silva ('Gago') e Anderson de Souza Oliveira ('Mugão'), ambos ex-policiais militares.

Foram oferecidas três denúncias, sendo uma junto á 1ª Vara Especializada da Comarca da Capital, tendo sido expedidos mandados de prisão e busca e apreensão por crime de organização criminosa.

A segunda, por crimes de homicídios, foi distribuída à 3ª Vara Criminal da Comarca da Capital, em face de Leonardo Gouvêa da Silva ('MAD'), Leandro Gouvêa da Silva ('Tonhão') e João Luiz da Silva ('Gago'), onde também foram expedidos mandados de prisão e de busca e apreensão.

A terceira denúncia oferecida foi distribuída junto à 4ª Vara Criminal da Comarca da Capital, tendo como vítima de homicídio Marcelo Diotti da Matta, morto em 14 de março de 2018, na Barra da Tijuca.

A Operação Tânatos, nome em referência ao 'Deus da Morte' na mitologia grega, contou com participação do MPRJ, do GAECO/MPRJ, da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Polícia Civil do Estado (PCERJ) e da Corregedoria-Geral da Polícia Militar (PMRJ). *A Tarde

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