“Você consegue ter uma comparação entre cidades e entre regiões de uma mesma cidade. Em termos de saúde, por exemplo, isso pode ser útil para você deslocar profissionais e conduzir de maneira mais efetiva campanhas de conscientização. Do ponto de vista de educação, com esses dados é possível preparar melhor formadores e professores, trabalhar junto com escolas, comparar os resultados com níveis de repetência ou de aproveitamento escolar”, aponta o professor do Instituto de Química da UnB, Fernando Fabriz Sodré.
Base para políticas públicas
A expansão do estudo para as demais cidades é paga com o orçamento do Ministério da Cidadania. Por meio da Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas, a pasta é responsável por supervisionar e articular as ações de prevenção do uso e reinserção social de usuários e de dependentes de drogas. Com o mapeamento sobre o consumo de entorpecentes, o ministério também pretende combater o tráfico e o crime organizado.
“Essa pesquisa vai avaliar as drogas no esgoto que não foram metabolizadas, ou seja, que não foram consumidas. Isso vai então permitir identificar as localidades onde é feito o manejo e o refino dessas drogas. São informações importantes para se formar um cenário mais adequado de como acontece o narcotráfico no Brasil”, pontua o secretário nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania, Quirino Cordeiro Filho.
Na avaliação do coronel da reserva da Polícia Militar do DF e especialista em segurança, Leonardo Sant'Anna, esses indicadores podem ajudar na definição de estratégias de policiamento e serem usados como guia para que as autoridades saibam em quais regiões há necessidade de reforço.
“A gente tem também uma justificativa para as polícias judiciárias, para as polícias civis, no momento em que estiverem fazendo uma investigação, para apresentarem para a Justiça e para o Ministério Público, dizendo que querem atuar de forma mais intensa em certo ponto com base nos dados que foram trazidos”, esclarece.
A pesquisa deve ter início no segundo semestre deste ano e tem duração prevista de dois anos. Nesse período, todos os boletins e relatórios gerados serão publicados pelos pesquisadores.
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