Até o momento, já foi registrada em Salvador uma morte causada pela chikungunya. Em 2020, a capital baiana registrou 3.008 casos, comparado com 320 casos registrados no ano anterior, conforme dados disponibilziados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Segundo a Sesab, 225 municípios baianos já identificaram casos suspeitos de chikungunya. Sendo que, neste ano, as cidades de Irecê, Feira de Santana, Mundo Novo e Cruz das Almas já apresentaram um coeficiente de incidência de mais de 80 casos para cada 100 mil habitantes.
De acordo com a médica infectologista da Hapvida, Silvia Fonseca, uma das explicações para o aumento de casos está relacionada ao período das chuvas e, com isso, a facilidade de acúmulo de água parada, foco do mosquito aedes aegypti, transmissor do vírus.
Sintomas
Os sintomas da chikungunya são parecidos com os da dengue e da zika, também transmitidas pelo aedes aegypti. A principal diferença, segundo Silvia Fonseca, é a permanência de dores nas articulações, que podem permanecer por várias semanas.
“As três doenças transmitidas pelo mosquito apresentam dores nas articulações, mas elas acabam, geralmente, muito rápido. Com a chikungunya não, essas dores podem se prolongar por semanas, juntamente com a febre”, adverte a médica infectologista.
Foi justamente com as dores nas articulações que Iasmyn começou a suspeitar que estaria com a doença. “Além das dores, também surgiram algumas manchas e erupções na pele e são todas muito dolorosas, gosto amargo na boca, cabeça e olhos doem”, ressalta.
Silvia destaca a importância de se procurar um médico assim que houver a suspeita de chikungunya. “Os sintomas são parecidos e o mosquito transmissor é o mesmo, mas o tratamento da chikungunya pode matar um paciente que esteja com dengue”, afirmou.
Isto acontece porque o tratamento da chikungunya é feito através de anti-inflamatórios para controlar as inflamações das articulações. Estes remédios, em um paciente com dengue, podem causar um sangramento dos vasos sanguíneos e agravar o estado de saúde.
Contudo, segundo a infectologista, a chikungunya é uma doença menos grave e raramente leva o paciente a ficar incapacitado.
“A melhor forma de previnir é se cuidar. Vamos aproveitar que estamos em casa com o isolamento social e eliminar locais com água parada. Sempre achamos que o problema está no vizinho, mas quase sempre está dentro da nossa própria residência. Se sentiu os sintomas, coloque uma máscara e vá imediatamente procurar um médico”, finalizou Silvia Fonseca. *A Tarde
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