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Skank faz última apresentação em Salvador


"Vou citar um show que marcou a nossa carreira. Em 1993, precisamente em agosto daquele ano, Lazzo Matumbi fez uma participação especial. Foi nossa primeira apresentação em solo baiano e também na Concha”.

A afirmação é de Henrique Portugal, tecladista e um dos fundadores da banda Skank, grupo de rock de destaque no cenário brasileiro que realiza sua turnê nacional da despedida – ou “da parada por tempo indeterminado” – em Salvador, comemorando 30 anos de trajetória artística.

E que trajetória! Passeando por diferentes estilos, como pop, pop-rock, balada, reggae, ska, dancehall, e flertando com o Clube de Esquina, a banda mineira que começou a chamar a atenção ainda na cena underground, emplacou sucessos que embalaram gerações. E, com certeza, marcam histórias de várias amizades, narrativas de amor e aventuras loucas nos shows. Em grande estilo

“A nossa preocupação sempre foi mostrar algo que pudesse surpreender o nosso público. Vamos fechar esta história em grande estilo”, garante Portugal. Quem tem dúvida?

E será justamente na Concha, amanhã, que o público deverá relembrar grandes hits, como Garota Nacional, Vou Deixar, Resposta, Acima do Sol, Saideira, Algo parecido, Vamos Fugir. Vamos cruzar os dedos para que toquem Sutilmente, Dois Rios, Amores Imperfeitos e a emblemática Canção Noturna, que retrata uma juventude idealista e antenada (“Minha guerra e as flores do cactos / Poema, cinema, trincheira”...), bela letra do Chico Amaral para a linda melodia do baixista Lelo Zanetti.

Mas será que o Skank não está só dando um tempo neste casamento? “Ainda não sabemos exatamente o que vai acontecer. Resolvemos parar para que cada um possa fazer projetos pessoais que seriam praticamente impossíveis junto com a agenda do Skank”, afirma Portugal.

Observando o mundo

Questionado sobre a sintonia do grupo também com os mais jovens, o músico dispara: “Acho que uma característica da banda é estar sempre observando o que acontece no mundo. Cultura é uma coisa mutante, a língua muda, as referências mudam. Talvez seja isto”, arrisca

Instigado a falar sobre o processo de elaboração das composições, Portugal é enfático: “Uma banda com tantos anos de estrada e tantas misturas musicais é praticamente impossível descrever como funciona o processo criativo durante todo este tempo”.

Ele lembra, entretanto, de algumas parcerias: “Temos parceiros principais, como Chico Amaral e Nando Reis, mas poderia citar outros nomes que foram muito importantes também”, pontua o tecladista.

E complementa com o que todo mundo de alguma forma já intui: “ Mas todas as músicas, e principalmente as letras, refletem o nosso jeito de pensar e viver”.

Carreira vitoriosa

E é esta forma de dizer as coisas que atrai tantos fãs e reflete nas conquistas do Skank: foram mais de 100 canções distribuídas em nove álbuns de estúdio, cinco discos ao vivo e quatro coletâneas.

Como esquecer momentos como em que Samuel Rosa, na canção Três Lados (“Escutei alguém abrir os portões / Encontrei no coração multidões”) estimulou o público rodar as camisetas, em bela cena?

Como não se emocionar com a lembrança de um coral cantando em uníssono Sutilmente (“E quando eu estiver triste / Simplesmente me abrace / Quando eu estiver louco / Subitamente se afaste”).

São imagens afetivas difíceis de apagar. Afinal, como diz os versos de Tão Seu, os fãs podem entoar para a trupe: “O nosso amor é novo / É o velho amor ainda e sempre”. (A Tarde)

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