Em apenas dois dias da Campanha Nacional de Vacinação contra o H1N1, iniciada na segunda-feira, 23, algumas prefeituras do interior do estado e Região Metropolitana de Salvador já relatam falta de doses da vacina. Em municípios como Ilhéus, Juazeiro, Camaçari e Lauro de Freitas, houve suspensão da vacinação. As três últimas cidades já possuem casos confirmados de contaminação pelo novo coronavírus. Apesar de a vacina não proteger contra a Covid-19, ajuda no diagnóstico da doença por descarte.
A ausência das vacinas nos primeiros dias já preocupa moradores, como a pedagoga Virgínia Olímpio, 45 anos. Ao Portal A TARDE, a moradora de Lauro de Freitas comentou que não conseguiu vacinar a mãe nem a tia, de 71 e 67 anos, que fazem parte do público-alvo da primeira etapa da campanha. Para Virgínia, a aflição é fruto da incerteza sobre as novas datas para a vacinação, que ainda não foram divulgadas pela prefeitura.
“Estávamos esperando ansiosamente pela vacina H1N1, porém ela terminou no primeiro dia da campanha. Minha mãe não conseguiu se vacinar e a prefeitura me informou que suspendeu a vacinação, e que terá uma nova data para recomeçar. Fico a me perguntar se essa falta seria a má administração ou se mandam apenas uma quantidade pequena, mesmo sabendo que temos quantidade de idosos para vacinar. E com esse momento que estamos passando, fica a pergunta: quando chega a vacina?”, questiona a moradora, que cogita levar as idosas para se vacinarem em Salvador.
Em nota, a prefeitura de Lauro de Freitas explicou que a suspensão da campanha de vacinação tem caráter temporário e que aguarda o Ministério da Saúde enviar mais doses ao município. Só então, um novo calendário de vacinação será divulgado. Segundo o órgão, cerca de 13.600 vacinas já foram aplicadas e uma remessa com 11.400 unidades é aguardada para o cumprimento da primeira etapa da campanha.
Novas datas
As demais prefeituras também divulgaram nota para explicar a suspensão das atividades de vacinação. Algumas também informaram novas datas para reinício da campanha. Nesta primeira fase, apenas idosos e profissionais da saúde serão imunizados contra o H1N1.
A prefeitura de Camaçari afirmou que a falta das doses ocorreu devido à alta demanda nos dois primeiros dias da campanha. Todas as 12 mil doses das vacinas recebidas foram utilizadas. A campanha deve ser retomada na sexta-feira, 27. “Estamos em contato constante com o Governo do Estado para antecipar o recebimento das nossas vacinas. Já estamos preparando um esquema de distribuição intensivo dessas vacinas para todos os postos de saúde e drive-thrus na quinta-feira para que, na sexta, a vacinação seja retomada”, informou, em nota, o secretário da Saúde de Camaçari, Elias Natan.
Em Ilhéus, a vacinação também deve ser retomada na sexta-feira. Em nota, o Setor de Imunização da Secretaria de Saúde (Sesau) divulgou que a expectativa é de que as vacinas cheguem em 72 horas ao município. “A suspensão temporária decorreu por falta de energia e problemas técnicos na central de distribuição da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab)”, explicou a nota. Ao todo, 12 mil doses foram enviadas ao município no início da campanha.
Já a prefeitura de Juazeiro pontuou que a falta de vacina no município ocorreu em alguns pontos, pois foram recebidas somente 19% das doses esperadas para o público-alvo da campanha. O município também recebeu 12 mil vacinas. “Temos a expectativa da chegada de novas doses em breve e vamos comunicando quando as vacinas estiverem novamente disponíveis. Com tranquilidade, todos serão vacinados”, pontuou a nota da Secretaria de Saúde local.
Próximas etapas
O 16 de abril marca o início da próxima etapa da vacinação, tendo como público os doentes crônicos, professores da rede pública e privada, além de profissionais das forças de segurança e salvamento. Na última fase, dia 9 de maio, o foco serão crianças de 6 meses a menores de 6 anos, pessoas com 55 a 59 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas com deficiência, povos indígenas, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade. *A Tarde
0 Comentários