O Brasil “tem sido o país mais perigoso para os defensores da terra ou do meio ambiente na última década”. É o que revela um levantamento divulgado nesta terça-feira (24) pela organização internacional Global Witness. De acordo com o balanço, o país é responsável por uma média de 42 mortes por ano desde 2012.
Só no ano passado, pelo menos 207 ativistas ambientais foram mortos. 2017 foi o ano com o maior número de mortes desde 2002, quando o levantamento começou a ser feito. A média foi de quase 4 assassinatos por semana.
A Global Witness faz o mapeamento de mortes de pessoas que atuam na área ambiental em todo o mundo e, segundo a organização, esse tipo de crime tem aumentado, principalmente, em países em desenvolvimento com porções significativas de recursos naturais. As principais vítimas são líderes indígenas, ativistas comunitários e ambientalistas. A América Latina lidera o ranking com 60% dos casos.
Ainda segundo o relatório, no Brasil, metade das mortes ocorreu em chacinas. Uma delas foi na gleba de Taquaruçu do Norte, em Colniza (MT), no dia 19 de abril, quando nove sem-terra foram mortos. Outro caso aconteceu quando seis pessoas foram encontradas mortas na comunidade quilombola Luna, em Lençóis, na região da Chapada Diamantina, na Bahia. O crime ocorreu em 7 de agosto.
Para pesquisadores que fizeram parte da elaboração do relatório, o Brasil tem muitas características de outros países onde esse tipo de crime acontece com mais frequência. Altos índices de corrupção e problemas históricos no uso da terra são alguns dos fatores em comum.
Por Redação GN | Fonte: ARM
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