O futebol nem sempre tem como principal objetivo o gol, às vezes os times entram em campo com o objetivo de classificar – custe o que custar. Com uma proposta defensiva e sem levar perigo ao gol de Bárbara, a Suécia arrancou um empate por 0 a 0 contra o Brasil e venceu a disputa de pênaltis na semifinal dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Dentro do Maracanã, as suecas repetiram o estilo de jogo que também deixou os Estados Unidos nas quartas.
Com o resultado o Brasil completou três empates consecutivos sem marcar gols – a última vitória tinha sido justamente contra a Suécia na segunda rodada da fase de grupos, por 5 a 1. Agora o Brasil disputará a medalha de bronze contra Alemanha ou Canadá, que disputam a outra semifinal, na próxima sexta-feira, às 13 horas, na Arena Corinthians. A seleção vencedora decide o ouro com a Suécia, que também completou três empates seguidos, e jogará no mesmo dia, mas às 17h30, novamente no Maracanã.
VAI PRA CIMA DELAS, BRASIL!
Ainda se recuperando de uma lesão muscular, Cristiane foi a principal desfalque do técnico Vadão, que mais uma vez entrou com Debinha ao lado de Bia. A ausência da principal atacante da Seleção ficou evidente logo nos primeiros minutos, quando o Brasil ainda procurava um espaço entre a marcação sueca e apostava principalmente nos arremates a distância.
Mas a proposta das européias era justamente essa: acertar o sistema defensivo e apostar em uma bola lá na frente – assim como fez com os Estados Unidos nas quartas de final. Organizado em campo, o Brasil só encontrou o caminho para o gol de Lindahl através das bolas alçadas na grande área, mas pecou muito na finalização de cabeça.
Com o tempo a nossa camisa 10 foi entrando no jogo. A técnica Pia Sundhage colocou uma marcação especial em cima da Marta, que encontrou dificuldades para armar as jogadas ofensivas. Caída pela direita, a craque brasileira tentou diversas vezes, mas não conseguiu levar grande perigo à meta sueca. Tanto que o primeiro tempo terminou com poucas chances claras de abrir o placar.
SÓ DAVA 'NÓIS', MAS FALTOU O GOL...
Os números do intervalo mostravam 71% de posse de bola para as brasileiras, além de 15 finalizações – a maioria pelo alto. Ao lado da torcida no Maracanã, Vadão mandou o Brasil ainda mais ofensivo para a segunda etapa, com Andressinha no lugar de Thaisa, e apostando principalmente na velocidade pelas laterais, com Marta e Andressa Alves. Formiga também ficou mais próxima da grande área e arriscava arremates de longa distância.
Conforme o tempo avançava no relógio, a Seleção da Suécia foi ficando cada vez mais recuada no campo defensivo, esperando um contra-ataque. Do outro lado as brasileiras dominavam as ações ofensivas do jogo, procurando espaços e tentando a triangulação, mas as adversárias estavam bem postadas no gramado – quatro jogadoras na primeira linha, cinco no meio e apenas Jakobsson isolada na frente.
No último lance do tempo normal, Formiga recebeu um pisão no meio campo e a árbitra assinalou a falta. Na cobrança, Andressinha jogou na cabeça de Formiga, que subiu mais que todo mundo e testou no chão, mas Lindahl saiu bem da meta para encaixar. O desgaste físico da Seleção ficou evidente com o apito final, já que também enfrentaram um jogo de 120 minutos contra a Austrália nas quartas de final – fora o calor escaldante do Rio de Janeiro.
PRORROGANDO A EMOÇÃO
Precisando da vitória a todo custo para chegar a decisão, Vadão colocou Cristiane em campo mesmo sem estar 100% fisicamente. Além disso, apostou na atacante Raquel no lugar de Bia, para dar um ânimo novo ao ataque. As duas pouco produziram na prorrogação e sofreram com o mesmo problema das suas antecessoras: a forte defesa sueca, que não dava nenhuma oportunidade.
E a tônica da segunda etapa não mudou em nada. O Brasil seguiu buscando espaços, principalmente pelas pontas, além de voltar a acreditar numa bola alçada na grande área, mas as atacantes tinham dificuldade em se posicionar para esperar a bola no alto. No principal lance, Andressa Alves cortou a marcação e sofreu uma falta na entrada da área. Na cobrança, Marta mandou no canto direito da goleira, mas Lindahl mais uma vez encaixou.
NA MARCA DA CAL
A decisão ficou mais uma vez para a cobrança de pênaltis. Diferente do jogo no Mineirão, desta vez quem abriu a série no Maracanã foi Marta, que não desperdiçou. Bárbara apareceu mais uma vez e defendeu a cobrança de Asllani, mas o Brasil perdeu com Cristiane e Andressinha, encerrando mais uma vez o sonho do ouro olímpico.
Por Redação AEC | Fonte: AFI
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