A deputada federal Tia Eron (PRB-BA) surpreendeu a todos durante a sessão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que vota o parecer do relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) que pede a cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ao contrário do que foi especulado, a baiana — notória defensora do presidente afastado da Casa — votou a favor da cassação de Cunha. Foram 11 votos a favor do relatório e 9 contra.
Ao dizer que votaria sim, Eron foi muito aplaudida pelos parlamentares que lotaram o Conselho. Tida como fiel da balança, a baiana contou também com o voto do deputado Wladimir Costa (SD-PA), que chegou a defender a cassação de Cunha meses atrás, mas que sofria graves pressões de seu partido, um dos mais fortes aliados do presidente afastado da Casa, para salvá-lo. Com isso, o resultado esperado no caso de Tia Eron votar a favor do relatório — 10 a 10, que faria com que o presidente da comissão, José Carlos Araújo, desempatasse — nem chegou a acontecer.
Eron citou Darcy Ribeiro ao falar sobre a "desconstrução do óbvio" e disse que não absolveria Cunha — a quem dedicou extensos elogios ao longo dos últimos meses. "No meu partido, o PRB, que foi colocado no imaginário balcão onde a chantagem seria a moeda de troca, não se trocam votos. Nossa política é diferente. Em função disso eu votei pela admissibilidade do processo de impeachment e não entendi nada, pois fui hostilizada pelas mulheres. E eu achava que só os homens eram nossos algozes. De todo modo, meus colegas, eu não posso aqui absolver o representado nessa tarde. Eu não posso. Quero votar sim com o relatório do deputado Marcos Rogério", falou.
A partir da publicação do ato desta terça no Diário Oficial da Câmara, Cunha terá cinco dias úteis para recorrer à Comissão de Constituição e Justiça. Depois de julgado o recurso, o parecer vai a votação no plenário. Para que o peemedebista seja cassado, será necessária a maioria absoluta dos votos: 257 dos 512 deputados.
Por Redação GN | Fonte: Metro1
0 Comentários