A ciência, enfim, tem a primeira explicação do motivo que faz com que dores menstruais sejam tão fortes.
No maior estudo já realizado sobre esse assunto até o momento, pesquisadores descobriram uma conexão entre um biomarcador de inflamação e intensidade das cólicas. Isso sugere que uma inflamação aguda poderia estar desencadeando as dores e inchaço.
Há muito tempo já era de conhecimento dos cientistas que os anti-inflamatórios podem ajudar no alívio desse tipo de dor, sendo bem recomendo pelos médicos às mulheres. No entanto, por meio de testes de grande escala, eles identificaram a ligação biológica entre a inflamação e cólicas menstruais. Embora ainda seja muito preliminar, o estudo pode, em breve, ajudar os cientistas a encontrarem tratamentos mais eficazes do que os analgésicos a que as mulheres estão acostumadas.
Após um levantamento realizado com 2.939 mulheres nos EUA, a equipe da Universidade da Califórnia, mostrou a existência de uma correlação positiva entre a intensidade das cólicas e a presença de algo chamado “proteína C –reativa de alta sensibilidade (PCR-US)”. Trata-se de um biomarcador para inflamações no corpo, e por isso, os pesquisadores sugerem que, quanto maior a quantidade dessa proteína, maior será a experiência de inflamações e, maiores serão as dores das cólicas.
Segundo o estudo, no mundo cerca de 80% das mulheres já experimentaram cólicas durante o período menstrual. No entanto, poucos estudos têm sido feitos para determinar as causas ou opções de tratamento. Neste momento, as melhores opções do mercado são os medicamentos à base de ibuprofeno, além dos analgésicos mais comuns.
No início deste anto, um professor de saúde reprodutiva, John Guillebaud, na University College London, disse que as cólicas menstruais podem ser tão “ruins quanto ter um ataque cardíaco”, acrescentando que este é um campo esquecido “porque os homens não passam por isso”.
Entretanto, descobrir mais sobre os fatores biológicos que contribuem para esse tipo de dor, pode ajudar a ciência a desenvolver melhores tratamentos, ou pelo menos, identificar casos de maiores riscos.
“Os resultados sugerem também que os fatores associados a cada sintoma pré-menstrual são complexos, sugerindo potencialmente diferentes mecanismos para as etiologias de alguns sintomas […] A inflamação pode desempenhar um papel mecânico na maioria dos casos, embora ainda sejam necessários mais estudos longitudinais desses relacionamentos”, escreveu a equipe.
“Sintomas de humor pré-menstrual, cólicas abdominais, dores nas costas, aumento de apetite, ganho de peso, inchaço e dor na mama – exceto dores de cabeça – podem estar significativamente relacionadas com a presença de elevados níveis desse biomarcador”, relataram eles no Journal of Women’s Health.
Por Redação GN | Fonte: Science Alert
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