A Polícia Civil de Feira de Santana investiga a denúncia de uma adolescente de 15 anos que acusa o próprio pai, um guarda municipal, de estupro. Segundo informações da delegada Milena Calmon, titular da Delegacia do Adolescente Infrator (DAI), a garota relata que os abusos sexuais começaram quando a mãe dela morreu, há cerca de três anos.
Em maio, a garota fugiu de casa e foi acolhida por uma mulher, no bairro Mangabeira, que a levou até a delegacia para denunciar o caso. "Ela ficou sensibilizada pelas coisas que a menina contou e a acolheu. Até então, havia apenas os relatos de maus tratos. Com o convívio e o passar dos dias, ela sentiu confiança e acabou falando dos abusos sexuais", explicou a delegada.
Segundo a titular da DAI, que ouviu os relatos da vítima, a adolescente começou a ser violentada ainda quando tinha 12 anos, logo após a morte da mãe. "Era forçada a ter relações sexuais e muitas vezes até sob ameaça com armada de fogo. Ela inclusive perdeu a virgindade com o pai", ressalta a delegada Milena Calmon.
Os abusos prosseguiram até os 14 anos, quando o pai encontrou uma nova companheira. "Mesmo com o fim dos estupros, ele continuou a maltratar a filha. Ela tinha o cabelo comprido, e ele o cortou bem curto", disse Milena Calmon. Ainda de acordo com a polícia, a vítima contou que, com a morte da mãe, passou a morar com o pai em outro bairro, e que nenhum vizinho ou amigo sabia da situação em que eles viviam. "Ela saiu de casa porque não aguentava mais apanhar", acrescentou.
Agora, a menina está sendo acompanhada pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e o Conselho Tutelar do município. A delegada Milena Calmon chegou a representar pedido de prisão preventiva para o pai da garota, mas foi negado pela Justiça. "O que eles permitiram foi uma medida protetiva de 300 metros para que o suspeito não se aproxime da vítima", completou.
Outra versão
A mulher que acolheu a menina e as tias da adolescente já foram ouvidas. A polícia também intimou a madrasta para prestar depoimento. O pai também foi ouvido e liberado. Segundo a delegada, ele nega os abusos e os maus tratos.
"O suspeito negou todos os fatos. Disse que ela é rebelde, arranjou um motivo para sair de casa e criou essa história". A titular da DAI aguarda a conclusão das investigações para reunir provas testemunhais e encaminhar o caso para a Justiça.
Por Redação GN | Fonte: Correio 24h
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