A mulher da vítima, a operária Vanessa Nery, 27, testemunhou a agressão. Ela contou ao Uol que saía com o marido e mais um amigo hatiano de uma festa quando dois jovens passaram de bicicleta xingando Sterlin com um palavrão francês criolo que já é usado comumente no bairro.
"Eles passaram xingando meu marido, que xingou de volta. Aqui é bem comum eles passarem xingando de 'macici' (algo como "viado"), falando para eles voltarem para casa, mas nunca termina em agressão", afirmou Vanessa, que é brasileira.
Uma testemunha afirmou que os homens diziam que "haitiano não tem nada para fazer aqui". Cinco minutos depois, os mesmos jovens voltaram com outros homens e armas brancas e partiram para o ataque.
"Voltaram com faca, barra de ferro, pá e voltaram para agredir a gente. Não houve uma discussão. Veio um em cima de cada um de nós quatro, e os outros foram todos para cima do meu marido, e começaram a esfaqueá-lo". Segundo ela, a maioria aparentava ser adolescente.
Xenofobia
O diretor da Associação de Haitianos de Navegantes, João Edson Fagundes, disse que agressões têm acontecido na cidade. Ele acredita que se trata de um caso de xenofobia. "Ele foi o primeiro haitiano assassinado aqui na região [do Vale do Itajaí], mas no ano passado, outro rapaz levou cinco tiros e sobreviveu, mas logo saiu do Brasil".
Sterlin estava no Brasil há quatro anos. Ele conheceu Vanessa há 2 anos já em Navegantes, onde seu corpo será sepultado.
Por Redação BGO | Fonte: Correio 24h
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