Segundo a estudante, ela desceu do ônibus nas margens da BR-101, em um ponto perto da reitoria da UFPE, e logo depois percebeu que um homem a seguia. Ela tentou despistar e seguiu por um caminho mais movimentado. O homem se escondeu. Quando a jovem voltou em direção ao campus, foi abordada.
"Ele exigiu que eu desse tudo de valor que eu tivesse, e eu só tinha dinheiro. Então, ele me ameaçou dizendo que estava com uma arma e me mataria se eu fizesse algum barulho. Em seguida me mandou correr e não olhar para trás e quando eu ia fazer isso ele mudou de ideia e me mandou andar ao seu lado como se nada estivesse acontecendo", disse ela.
A estudante foi obrigada a entrar em um matagal dentro do terreno da Rádio Universitária AM, onde foi agredida e violentada. "Ele me estrangulou e depois disso desmaiei. Tenho vagas lembranças do que aconteceu. Lembro-me de ele ter tirado a minha calça e minha calcinha e de iniciar o ato sexual, eu sentia alguma dor, mas não sabia de onde vinha. Lembro que ele puxava o meu cabelo com muita força e isso piorava a minha tentativa de respirar", diz.
Depois que retornou os sentidos, a jovem percebeu que ele a cobria com folhas e não se mexeu para se passar por morta."Eu me encontrava em uma situação horrível, estava toda suja, fedendo a merda, com arranhões pelo corpo, com o rosto todo roxo e debilitada pela falta de oxigenação", relembra.
Desistência
Traumatizada com a experiência, a jovem desistiu de terminar o curso e não sai mais de casa sozinha. Voltou a viver com os pais, que moram no interior pernambucano. "Após o ocorrido eu tive algumas consequências: por causa do estrangulamento eu tive derrame ocular, não saio de casa sozinha, tive que voltar para a minha cidade, e o pior de tudo, desistir do meu sonho de me formar na UFPE. Sim, esses acontecimentos destroem sonhos e 'tiram' a liberdade de viver".
Em nota, a UFPE disse que a estudante procurou socorro no Centro de Ciências Biológicas e a direção e coordenação a conduziram até o Hospital das Clínicas, onde passou por exames. Diz ainda que a Superintendência de Segurança Institucional da UFPE acompanhar as investigações.
"Entre os dias 2 e 14 de setembro, a Pró-Reitoria para Assuntos Estudantis esteve em contato permanente com a estudante e ofereceu apoio psicossocial. Em 9 de setembro, a estudante também foi ouvida por membros do Gabinete do reitor", informou a UFPE.
A UFPE informou que 193 vigilantes terceirizados e 300 servidores federais fazem a segurança institucional, possui 12 carros e 13 motos voltados à proteção da comunidade acadêmica e do patrimônio dos seus três campi.
Por Redação BGO | Fonte: Correio 24
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