Da cabine de seu helicóptero, Soraya dispara uma de suas tiradas ao notar o trânsito de São Paulo parado lá embaixo: “Deve ser horrível ser pobre”. Esnobe, egoísta e rica, muito rica, a personagem de Letícia Spiller em 'I Love Paraisópolis' vive no Morumbi - bairro nobre vizinho à comunidade paulistana que dá título ao folhetim - e é movida por dinheiro e poder. Ao lado do marido, Gabo (Henri Castelli), ela será responsável pelas vilanias da trama de Alcides Nogueira e Mário Teixeira, que estreia dia 11, na Globo.
As vilãs são sempre instigantes. Dá mais trabalho e é mais divertido”, afirma a atriz, de 41 anos, que tem em sua conta personagens más como Maria Regina, de Suave Veneno (1999).
A vilã da trama de Aguinaldo Silva está entre as preferidas da galeria de Letícia. Ela cita ainda a ambiciosa Viviane, de Senhora do Destino (2004), e a esquentada Babalu, de Quatro por Quatro (1994), como seus papéis marcantes. A malvada de I Love Paraisópolis, aposta agora, tem tudo para fazer parte dessa lista.
“Soraya vai causar a novela inteira. Ela fala absurdos como se fossem as coisas mais cotidianas. É louca, toma remédio para dormir”, adianta Letícia, que parece se divertir com as tais loucuras: “Ela só pensa nos seus interesses próprios e é capaz de tudo para proteger seu patrimônio”.
Pelo marido, a empresária sente “uma atração forte”, diz. Mas o sentimento está longe de ser um amor puro e verdadeiro. “Ela exerce um lado dominador na relação. Não há afeto. Tudo gira em torno do poder”, conta a atriz, que falará com um leve sotaque paulista.
Assim como Letícia, Henri também acha divertido interpretar um vilão - ele já exerceu esse papel em Como uma Onda (2004) e Cobras & Lagartos (2006). Visto pela última vez como herói em Flor do Caribe (2013), ele traça um perfil do novo personagem. “Gabo é calculista, misterioso, manipulador. Não tem as reações de um vilão maquiavélico. É bem diferente do J.J., de Como uma Onda, que tinha distúrbios emocionais”, recorda.
Henri tem a mesma impressão que Letícia sobre o casal de I Love Paraisópolis: “Numa discussão, Soraya agarra Gabo pela gravata e joga um copo d'água na cara dele. Ele nem reage... Os dois têm uma relação carnal, sexual. Será um casal quente, que resolve as coisas na cama. Tem bem essa pegada”.
Eles são misteriosos também. Sócios majoritários em uma empresa de arquitetura, os dois eram cunhados. Gabo se casou com Soraya assim que seu irmão morreu, em circunstâncias não muito bem explicadas. “Não fica claro se eles já tinham um caso antes, isso será mostrado nas entrelinhas”, acrescenta o ator, de 37 anos, que emagreceu 5 Kg para ficar melhor nos ternos do personagem: “Perdi gordura corporal”.
Mãe Adolescente
Gabo e Soraya têm dois filhos, Lourenço (Gregoire Blanzat) e Pedroca (Raffael Pietro). A empresária, que foi mãe adolescente, teve também o arquiteto Benjamin (Mauricio Destri), fruto de seu primeiro casamento. O jovem não vê a atual relação dela com bons olhos e tenta manter certa distância.
“A história tem um quê de Shakespeare (o fato de ela ter se casado com o cunhado, como em Hamlet), e um pouco de tragédia grega, de Medeia e de Jocasta”, cita Letícia, ao falar sobre suas referências.
Fato é que nenhum dos dois personagens está muito preocupados com os outros. A vilã também parece não ligar para os filhos mais novos. E deixa evidente a sua obsessão pelo mais velho.
Ela não aprova a namorada de Benjamin - uma arquiteta feita por Maria Casadevall - e surtará quando o filho se envolver com Marizete (Bruna Marquezine), moradora de Paraisópolis que vai tentar a vida em Nova York, onde o arquiteto mora.
Os desentendimentos entre mãe e filho também extrapolam o campo pessoal. Enquanto Soraya quer transformar o espaço ocupado pela comunidade em um complexo de condomínios de luxo, Benjamin pretende pôr em prática um projeto de reurbanização do lugar.
Mãe de Pedro, 18, do casamento com o ator Marcello Novaes, e de Stella, 4, da relação com o diretor Lucas Loureiro, Letícia diz ser o oposto da personagem. E conta ter aproveitado cada fase dos filhos. “Tive muita energia para criar um filho moleque. Com ele, até surfar eu surfei. E hoje, com a Stella, brinco de boneca e conto histórias. É mais lúdico”.
No ano passado, Pedro gravou um comercial ao lado da mãe, e já demonstra uma inclinação para a música. Letícia conta que o filho teve convites para atuar, mas ainda não quis se jogar de cabeça em um projeto na TV. Hoje, o adolescente mora com o pai.
“Pedro virou homem”, constata Letícia, que jura não ter ciúmes das namoradas do filho, ao contrário de sua personagem: “Sou tranquila, mas ele ainda não está muito animado para isso. Não quer compromisso cedo. Ele não é bobo”.
Henri também tem um casal de filhos. Ele é pai de Lucas, de 5 anos, com a modelo Isabeli Fontana, e de Maria Eduarda, de 1 ano, com a relações-públicas Juliana Despirito. O ator se separou da mãe da caçula quando ela tinha 2 meses. Mas tenta ter uma boa relação com as duas ex-mulheres.
“Quanto mais amigo você for delas, melhor. Ninguém é vencedor nesse tipo de briga de ex-casal. Você só perde tempo. Aprendi batendo cabeça, mas essa é uma competição burra e quem perde é sempre a criança. Por que as mães deles vão brigar comigo? Sou um cara que quero ser parceiro”, destaca o ator.
Para ele, não dá para comparar pai e mãe: “Cada um tem o seu lugar na vida da criança”.
“Perdi meu pai muito cedo (com 11 para 12 anos) e sei a falta que ele fez. Não chega a ser um trauma, mas é algo muito delicado para mim”, admite o ator, que sempre desejou ter filhos: “Mas agora chega!”.
Henri afirma ser um pai presente. Ele lembra que já pegou um voo do Rio para São Paulo só para buscar Lucas, que mora na capital paulista, no colégio. No fim do dia, voltou para o Rio.
“Sempre sonhei em ter a minha família. Depois, aprendi que já tenho a minha. Não adianta buscar o que a sociedade impõe e ficar em um casamento triste durante anos. Por que ficar com alguém sem amor? Hoje entendi que minha família sou eu, meus filhos, minha mãe, minha irmã e meus sobrinhos”.
Ainda Mais Loira
Vista recentemente em Boogie Oogie (2014), Letícia, que está mais loura para o novo papel, teve apenas 20 dias de férias entre um trabalho e outro. A atriz vem praticamente emendando uma novela na outra. Além da última trama das 18h, ela esteve ainda Malhação (2011), Salve Jorge (2012), e Joia Rara (2013).
“Depois de quatro novelas veio essa quinta e eu não tinha como negar. Como negar um convite do Wolf (Maya, diretor de núcleo e geral)? Adoro trabalhar com ele, que dirige muito bem ator. E a personagem é uma delícia”, justifica a atriz.
Apesar de estar focada neste novo trabalho, Letícia conta que só conseguiu fazer tanta coisa em sequência na televisão porque também transitou entre o teatro e o cinema simultaneamente.
“Fiz duas peças nestes quatro anos, eu arrumo tempo. E produzi também um curta e um longa-metragem. Se não fizer isso, eu piro!”, admite a atriz, que diz ter perdido dinheiro com a comédia O Casamento de Gorete, lançada comercialmente no fim do ano passado: “Tive que colocar uma parte do meu dinheiro para viabilizar a distribuição”.
Henri conta não ter tido nenhuma razão em especial para só voltar agora às novelas agora: “Não tem isso de descansar a imagem, é bobagem”.
Essa é a segunda vez que Henri e Letícia estão juntos na TV. Os dois já fizeram Esplendor (2000), segunda novela da carreira do ator.
“Não vou falar que via a Letícia desde novo na TV porque temos a mesma idade, né? Mas ela começou mais cedo, numa época em que eu nem fazia novela e já a via como Babalu”, destaca. “Agora, falei para ela: ‘Vamos nos divertir, dar risada e fazer um trabalho bacana’”, sugere. Fonte: Agência O Globo
As vilãs são sempre instigantes. Dá mais trabalho e é mais divertido”, afirma a atriz, de 41 anos, que tem em sua conta personagens más como Maria Regina, de Suave Veneno (1999).
A vilã da trama de Aguinaldo Silva está entre as preferidas da galeria de Letícia. Ela cita ainda a ambiciosa Viviane, de Senhora do Destino (2004), e a esquentada Babalu, de Quatro por Quatro (1994), como seus papéis marcantes. A malvada de I Love Paraisópolis, aposta agora, tem tudo para fazer parte dessa lista.
“Soraya vai causar a novela inteira. Ela fala absurdos como se fossem as coisas mais cotidianas. É louca, toma remédio para dormir”, adianta Letícia, que parece se divertir com as tais loucuras: “Ela só pensa nos seus interesses próprios e é capaz de tudo para proteger seu patrimônio”.
Pelo marido, a empresária sente “uma atração forte”, diz. Mas o sentimento está longe de ser um amor puro e verdadeiro. “Ela exerce um lado dominador na relação. Não há afeto. Tudo gira em torno do poder”, conta a atriz, que falará com um leve sotaque paulista.
Assim como Letícia, Henri também acha divertido interpretar um vilão - ele já exerceu esse papel em Como uma Onda (2004) e Cobras & Lagartos (2006). Visto pela última vez como herói em Flor do Caribe (2013), ele traça um perfil do novo personagem. “Gabo é calculista, misterioso, manipulador. Não tem as reações de um vilão maquiavélico. É bem diferente do J.J., de Como uma Onda, que tinha distúrbios emocionais”, recorda.
Henri tem a mesma impressão que Letícia sobre o casal de I Love Paraisópolis: “Numa discussão, Soraya agarra Gabo pela gravata e joga um copo d'água na cara dele. Ele nem reage... Os dois têm uma relação carnal, sexual. Será um casal quente, que resolve as coisas na cama. Tem bem essa pegada”.
Eles são misteriosos também. Sócios majoritários em uma empresa de arquitetura, os dois eram cunhados. Gabo se casou com Soraya assim que seu irmão morreu, em circunstâncias não muito bem explicadas. “Não fica claro se eles já tinham um caso antes, isso será mostrado nas entrelinhas”, acrescenta o ator, de 37 anos, que emagreceu 5 Kg para ficar melhor nos ternos do personagem: “Perdi gordura corporal”.
Mãe Adolescente
Gabo e Soraya têm dois filhos, Lourenço (Gregoire Blanzat) e Pedroca (Raffael Pietro). A empresária, que foi mãe adolescente, teve também o arquiteto Benjamin (Mauricio Destri), fruto de seu primeiro casamento. O jovem não vê a atual relação dela com bons olhos e tenta manter certa distância.
“A história tem um quê de Shakespeare (o fato de ela ter se casado com o cunhado, como em Hamlet), e um pouco de tragédia grega, de Medeia e de Jocasta”, cita Letícia, ao falar sobre suas referências.
Fato é que nenhum dos dois personagens está muito preocupados com os outros. A vilã também parece não ligar para os filhos mais novos. E deixa evidente a sua obsessão pelo mais velho.
Ela não aprova a namorada de Benjamin - uma arquiteta feita por Maria Casadevall - e surtará quando o filho se envolver com Marizete (Bruna Marquezine), moradora de Paraisópolis que vai tentar a vida em Nova York, onde o arquiteto mora.
Os desentendimentos entre mãe e filho também extrapolam o campo pessoal. Enquanto Soraya quer transformar o espaço ocupado pela comunidade em um complexo de condomínios de luxo, Benjamin pretende pôr em prática um projeto de reurbanização do lugar.
Mãe de Pedro, 18, do casamento com o ator Marcello Novaes, e de Stella, 4, da relação com o diretor Lucas Loureiro, Letícia diz ser o oposto da personagem. E conta ter aproveitado cada fase dos filhos. “Tive muita energia para criar um filho moleque. Com ele, até surfar eu surfei. E hoje, com a Stella, brinco de boneca e conto histórias. É mais lúdico”.
No ano passado, Pedro gravou um comercial ao lado da mãe, e já demonstra uma inclinação para a música. Letícia conta que o filho teve convites para atuar, mas ainda não quis se jogar de cabeça em um projeto na TV. Hoje, o adolescente mora com o pai.
“Pedro virou homem”, constata Letícia, que jura não ter ciúmes das namoradas do filho, ao contrário de sua personagem: “Sou tranquila, mas ele ainda não está muito animado para isso. Não quer compromisso cedo. Ele não é bobo”.
Henri também tem um casal de filhos. Ele é pai de Lucas, de 5 anos, com a modelo Isabeli Fontana, e de Maria Eduarda, de 1 ano, com a relações-públicas Juliana Despirito. O ator se separou da mãe da caçula quando ela tinha 2 meses. Mas tenta ter uma boa relação com as duas ex-mulheres.
“Quanto mais amigo você for delas, melhor. Ninguém é vencedor nesse tipo de briga de ex-casal. Você só perde tempo. Aprendi batendo cabeça, mas essa é uma competição burra e quem perde é sempre a criança. Por que as mães deles vão brigar comigo? Sou um cara que quero ser parceiro”, destaca o ator.
Para ele, não dá para comparar pai e mãe: “Cada um tem o seu lugar na vida da criança”.
“Perdi meu pai muito cedo (com 11 para 12 anos) e sei a falta que ele fez. Não chega a ser um trauma, mas é algo muito delicado para mim”, admite o ator, que sempre desejou ter filhos: “Mas agora chega!”.
Henri afirma ser um pai presente. Ele lembra que já pegou um voo do Rio para São Paulo só para buscar Lucas, que mora na capital paulista, no colégio. No fim do dia, voltou para o Rio.
“Sempre sonhei em ter a minha família. Depois, aprendi que já tenho a minha. Não adianta buscar o que a sociedade impõe e ficar em um casamento triste durante anos. Por que ficar com alguém sem amor? Hoje entendi que minha família sou eu, meus filhos, minha mãe, minha irmã e meus sobrinhos”.
Ainda Mais Loira
Vista recentemente em Boogie Oogie (2014), Letícia, que está mais loura para o novo papel, teve apenas 20 dias de férias entre um trabalho e outro. A atriz vem praticamente emendando uma novela na outra. Além da última trama das 18h, ela esteve ainda Malhação (2011), Salve Jorge (2012), e Joia Rara (2013).
“Depois de quatro novelas veio essa quinta e eu não tinha como negar. Como negar um convite do Wolf (Maya, diretor de núcleo e geral)? Adoro trabalhar com ele, que dirige muito bem ator. E a personagem é uma delícia”, justifica a atriz.
Apesar de estar focada neste novo trabalho, Letícia conta que só conseguiu fazer tanta coisa em sequência na televisão porque também transitou entre o teatro e o cinema simultaneamente.
“Fiz duas peças nestes quatro anos, eu arrumo tempo. E produzi também um curta e um longa-metragem. Se não fizer isso, eu piro!”, admite a atriz, que diz ter perdido dinheiro com a comédia O Casamento de Gorete, lançada comercialmente no fim do ano passado: “Tive que colocar uma parte do meu dinheiro para viabilizar a distribuição”.
Henri conta não ter tido nenhuma razão em especial para só voltar agora às novelas agora: “Não tem isso de descansar a imagem, é bobagem”.
Essa é a segunda vez que Henri e Letícia estão juntos na TV. Os dois já fizeram Esplendor (2000), segunda novela da carreira do ator.
“Não vou falar que via a Letícia desde novo na TV porque temos a mesma idade, né? Mas ela começou mais cedo, numa época em que eu nem fazia novela e já a via como Babalu”, destaca. “Agora, falei para ela: ‘Vamos nos divertir, dar risada e fazer um trabalho bacana’”, sugere. Fonte: Agência O Globo
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