Acabou o Campeonato Brasileiro de 2014, e como diria o saudoso o radialista esportivo Fiori Gigliotti: “Fecham-se as cortinas e termina o espetáculo”. A promessa era de um domingo tenso para rubro-negros e tricolores, apesar de toda fé e esperança em escaparem da degola, tinham a consciência lúcida que seria difícil, muito improvável, e somente um milagre de todos os santos resultaria na permanência, de um ou outro, na elite do futebol brasileiro.
Os dois não dependiam apenas das próprias forças. Dependiam de uma ajudinha do Atlético-PR, e quem achou que o time paranaense entregaria o jogo por causa da briga judicial com o Vitória, ou por não ter mais ambições no campeonato, se enganou. Mesmo com o time repleto de reservas, conseguiu arrancar um empate do fragilizado Palmeiras.
Os santos até tentaram ajudar, mas Bahia e Vitória não fizeram suas partes, foram derrotados, e caíram de mãos dadas para Série B. Cercado de mistérios por todos os terreiros, não houve festa, não houve espetáculo, não houve canto nas igrejas de Salvador, embora não faltassem velas acesas, embora não faltasse fé. Apenas sofrimento e frustração com mais um rebaixamento na história dos clubes.
O Tricolor chegou a abrir 2 a 0, com Henrique e Rômulo, mas permitiu a virada do Coritiba no fim da partida, na despedida do craque Alex. Já o Vitória dependia apenas de um golzinho para se salvar, mas não tinha santo que salvasse. Jogando no Barradão, com o apoio da sua torcida, o Leão até tentou, mas Thiago Ribeiro, no apagar das luzes, bateu o último prego no caixão rubro-negro.
Desde 2008, a Bahia tinha pelo menos um time na Série A. Agora, sem nenhum representante do estado na elite, o futebol baiano se enfraquece ainda mais nacionalmente e permanece bipolarizado como sempre, adormecido dentro de uma pobre e ridícula cultura amadorista que não permite aos dirigentes de ambos os clubes enxergar um metro depois do nariz. É preciso mudar a cultura e a metodologia, trabalhar em prol do clube e não pensando em jogo de interesses, para que possamos resgatar o nosso orgulho.
Texto original Fellipe Costa/Blog Futebol Bahiano