Prefeituras se preparam para os festejos juninos em meio à Copa

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Prefeituras se preparam para os festejos juninos em meio à Copa

Com a Copa do Mundo prestes a pular a fogueira, as prefeituras do interior baiano já organizam os festejos juninos. Na lista da tradição do que não pode faltar no São João, telões para exibição dos jogos do Mundial se juntam aos fogos, comidas típicas, bandeirolas e fogueiras.

Só a Empresa de Turismo da Bahia (Bahiatursa), órgão do governo estadual, pretende firmar convênios com a Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo (Secopa) e cerca de 50 cidades para investir R$ 30 mil em cada uma, só para garantir a transmissão das partidas em locais públicos.

Conhecido como o santo festeiro, São João é celebrado no dia 24 de junho, uma terça-feira – faltam 72 dias. Para garantir a comemoração, a expectativa vai ficar por conta do resultado da véspera (dia 23), quando Brasil e Camarões se enfrentam no final da tarde.

Mesmo nas cidades mais distantes da capital, que têm festas tradicionais, há expectativa de crescimento de público. As prefeituras querem fisgar os cerca de 700 mil turistas que devem passar por Salvador para assistir aos jogos. O número é estimado pelo Ministério do Esporte e foi divulgado pela Bahiatursa.

PÚBLICO

A redução do público no interior é algo impensado. “Quem gosta de São João já costuma ir para a festa todo ano e isso não muda. O que estamos buscando é um diferencial”, diz Ednaldo Ribeiro, vice-prefeito de Cruz das Almas, responsável pela coordenação da festa local. Ele garante que até o final de abril a programação será divulgada.

A secretária de Turismo de Lençóis, Michele Nonato, também está otimista. “Lençóis já tem uma tradição de receber o público estrangeiro, então, esperamos o crescimento do número de turistas”, diz.

Há cidades que não só esperam um público maior, como já sentem o crescimento da procura. Também na região da Chapada Diamantina, a prefeitura de Mucugê, por exemplo, diz que seus turistas se anteciparam.

“O número de casas já alugadas é grande, mais de 35, e a ocupação das pousadas que já estão todas lotadas mostra que teremos uma procura maior. Esse quadro de ocupação no ano passado só atingimos depois do dia 17 de maio”, explica a secretária de Turismo, Aline Machado.

Com base em anos anteriores, a expectativa é de 10 mil pessoas por noite nas ruas. Em Mucugê, serão dois palcos na praça dos Garimpeiros, com quatro atrações por dia. Apesar dos relatos de gestores, empresários do setor minimizam a ocasião ao dizerem que a tradição da festa é o que tem garantido o crescimento e, não, o Mundial. “O São João é o maior evento do ano. Antes do Carnaval acabaram as reservas aqui (na Pousada Monte Azul).  Vamos organizar telões, mas a Copa não interfere na festa”, comenta o empresário Gotz Von Ammon.

O secretário de Cultura e Turismo de Jequié, Sergio Mehlem, acha que é preciso ter cuidado para o que o turista quer ver. “A Copa é um evento concorrente ao São João, mas os turistas que vêm para o interior querem ver nossas tradições, não a Copa. Haverá elementos dos jogos inseridos na decoração, mas não esqueceremos nossas tradições”, destaca Mehlem.

Foto: Reprodução
Outra tendência nos destinos tradicionais do São João da Bahia é a ampliação dos dias de forró. São Francisco do Conde, apostando na publicidade do “pertinho do capital”, ampliou de quatro para seis o número de dias de shows. Bell Marques, Pablo, Asas Livre, Aviões do Forró, Harmonia do Samba, Thiaguinho, As Coleguinhas e a filha de Dominguinhos, Liv Moraes, estão entre as atrações já confirmadas.

Já em Senhor do Bonfim, que em 2013 teve a festa encolhida por conta do período de estiagem, este ano promete um mês de programação, com início em 27 de maio, aniversário da cidade.

“Ao longo do mês, teremos uma noite evangélica, festa nos dois primeiros finais de semana do mês nos bairros, dias 14 e 15 (de junho) teremos o Forró do Comércio e a festa oficial vai de 20 a 24 no Parque da Cidade com grandes atrações nacionais, além do forró na Praça Central, no mesmo período”, detalha Ari Urbano, secretário de Cultura de Senhor do Bonfim. Ari estima um acréscimo de 100 mil pessoas na festa que, segundo ele, contabiliza público médio de 80 mil pessoas nos últimos anos.

Senhor do Bonfim é uma das 15 cidades que estão com decretos de situação de emergência vigentes por conta da estiagem prolongada. No ano passado, artistas tiveram os contratos cancelados por conta da recomendação do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) de redução ou suspensão dos gastos municipais com os festejos juninos pensando na necessidade de atenção à população que estava sofrendo com a falta de água que foi considerada, na Bahia, a pior dos últimos 47 anos.

Em Bom Jesus da Lapa, também na lista de emergência e que tem uma festa de São Pedro tradicional, a prefeitura pretende contar com o apoio do comércio local para manter a festa a baixos custos. Fonte: Correio